Nesta terça-feira, 14 de fevereiro, o professor José Goldemberg recebeu o título de Professor Emérito, resultado de decisão aprovada no final de 2016 pelo Conselho Universitário da USP, órgão máximo da Universidade.
A cerimônia ocorreu no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, e contou com a presença do governador Geraldo Alckmin, de secretários de Estado, do reitor da USP Marco Antonio Zago, dos ex-presidentes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) Carlos Vogt e Celso Lafer – Professor Emérito da USP também representando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso –, do reitor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Sandro Roberto Valentini, de diretores e conselheiros da Fapesp, além de professores e diretores de unidades da USP e outras autoridades.
A honraria é concedida a professores aposentados que se distinguiram por atividades didáticas e de pesquisa ou que tenham contribuído, de modo notável, para o progresso da Universidade. Este é o 17º título de Professor Emérito concedido pela Universidade desde a sua fundação, em 1934, e o primeiro concedido a um ex-reitor. Goldemberg já possuía os títulos de Professor Emérito do Instituto de Física (IF) e do Instituto de Energia e Ambiente (IEE), ambos da USP.
“É um privilégio e uma honra receber da Universidade de São Paulo o título de Professor Emérito. Devo à USP minha formação e experiência universitária”, disse Goldemberg em seu agradecimento.
“O professor Goldemberg reúne as qualidades de cientista, acadêmico e homem público. Na sua adolescência, se encantou com a busca de respostas para questões simples do mundo que nos cercam. Em seguida, caminhou para equações e questões que derivam da análise dos átomos e da energia. E, depois, voltando-se para a sociedade, buscou aproximar a ciência dela, dando um sentido prático ao conhecimento”, disse Marco Antonio Zago, em sua saudação.
“Como reitor da USP, modernizou a universidade, fundou o IEA (Instituto de Estudos Avançados) e promoveu de maneira prática a autonomia das universidades públicas paulistas que são, ainda hoje, as únicas instituições genuinamente autônomas na área do conhecimento e da ciência no País. Por isso, a USP decidiu conceder merecidamente o título de Professor Emérito a ele, que é um cientista com visão social da ciência e que promove essa visão nas instituições em que atua”, afirmou Zago.
Por sua vez, o governador Geraldo Alckmin destacou a contribuição de Goldemberg para a USP e como cientista e também para os governos paulista e federal, além de seu papel como atual presidente da Fapesp.
“Desde que assumiu a presidência da fundação, em 2015, a instituição expandiu o apoio a pequenas empresas inovadoras de tecnologia e, apenas no ano passado, aprovou 200 projetos”, disse. O governador fez referência ainda a acordos feitos pela Fapesp com grandes empresas em conjunto com a Escola Politécnica (Poli) da USP, para utilização de gás natural, e à elaboração em curso de um programa para o desenvolvimento e a modernização dos institutos de pesquisa do Estado.
Colunista da Rádio USP, Goldemberg é doutor em ciências físicas. Um dos maiores especialistas em energia no mundo, Goldemberg é conhecido defensor do uso de novas tecnologias para promover o desenvolvimento sustentável e detentor de vários prêmios internacionais na área.
Reitor da USP entre 1986 e 1990, foi presidente da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), ministro da Educação, secretário do Meio Ambiente da Presidência da República e secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, entre outros cargos. Desde fevereiro de 2014, ocupa como membro efetivo a cadeira nº 25 da Academia Paulista de Letras (APL).
O Jornal da USP publica aqui a homenagem da Poli “ao físico que ajudou a formar também engenheiros, ao cientista que tem o olhar voltado para a sociedade, ao reitor que se impôs ao desafio de elevar a qualidade da Universidade, ao homem público que veste ternos mas sem tirar o jaleco”.
Em 1946, o jovem gaúcho José Goldemberg, que acabara de entrar em química na USP, resolveu largar o curso e prestar vestibular para física. As duas decisões causaram desgosto em uma de suas irmãs, que torcia para que ele seguisse uma carreira que entendia ser mais promissora: a Engenharia. Passados 70 anos, a trajetória acadêmica de Goldemberg indica que ele teria tido uma carreira exponencial em qualquer área das Ciências Exatas. E que, mesmo não tendo feito engenharia, acabou por contribuir para a formação de engenheiros. Goldemberg foi professor da Escola Politécnica da USP de 1968
até 1970.
Recém-homenageado pela USP com o título de Professor Emérito, Goldemberg é daquelas pessoas que têm um currículo tão rico e diverso que se torna tarefa complexa encontrar uma definição de entrada para ele. Professor? Cientista? Intelectual? Gestor? Homem público? Ambientalista? Leia mais
“A engenharia brasileira se orgulha do trabalho do professor José Goldemberg e a ele agradece. Físico de formação, contribuiu enormemente para o desenvolvimento do País nas áreas de energia e sustentabilidade, tornando-se autoridade de renome internacional.” Leia o texto em homenagem ao professor Goldemberg, assinado pelo diretor da Poli, José Roberto Castilho Piqueira, e pela vice-diretora da Poli, Liedi Legi Bariani Bernucci
Nesta entrevista, o professor fala sobre ensino, pesquisa, autonomia universitária. “A física brasileira está bem, no sentido de que estamos participando da vanguarda, mas não conseguimos ainda promover descobertas originais de grande impacto. Esse é um problema não só da física, mas da ciência brasileira como um todo.” Leia a entrevista completa
Veja o texto na íntegra: Jornal da USP