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Marina diz que Brasil precisa reforçar as universidades e centros de excelência para avançar em C&T

Por Evanildo da Silveira

Na área de ciência e tecnologia o Brasil deve apostar no reforço das universidades e dos centros de excelência e ampliar cada vez mais a base de conhecimento com os investimentos necessários. A opinião foi manifestada pela candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, durante sua participação hoje (30/7) na 62ª Reunião Anual da SBPC – evento que a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência realizou durante esta semana em Natal. Ela lembrou que o Brasil teve avanços na área nos últimos anos, passando de um investimento em ciência e tecnologia de 0,6% para 1,3% do PIB, mas precisa continuar avançando.

Assim como havia ocorrido com a candidata do PT, Dilma Rousseff, em sua passagem pele Reunião na quarta-feira, Marina recebeu do presidente da SBPC, Marco Antonio Raupp, um documento, elaborado em conjunto com a Academia Brasileira de Ciências (ABC), com a agenda das duas entidades para as áreas de educação, ciência, tecnologia e inovação. O texto contém quatro propostas básicas. A primeira diz que o Brasil precisa de uma revolução na educação, “em todos os níveis, incluindo o ensino técnico e as diversas formas de educação superior”.

As três outras defendem que o Brasil deve estar na fronteira do conhecimento; que é vital para o país a conservação e uso sustentável de seus biomas; e que deve agregar valor a produção e à exportação, por meio da intensificação da inovação nas empresas e fortalecimento da interação delas com instituições de ensino e pesquisa. Na conclusão do texto, a ABC e a SBPC dizem que “consideram que essa Agenda de Ciência e Tecnologia para o Brasil deve estar fortemente vinculada ao desenvolvimento social, integral e abrangente, pressuposto para uma nação forte e soberana”.

No auditório lotado, Marina lembrou um pouco de sua história pessoal e expôs suas ideias e propostas para um eventual governo seu. Para a área de ciência e tecnologia, ela disse que pretende mobilizar a comunidade científica, “fazendo com que na base, que é a educação, a gente possa ter um professor capacitado para que nossos alunos se interessem pelo conhecimento e pela ciência e pela tecnologia”. Marina disse ainda que o país precisa investir cada vez mais na área para que “desde o jovem cientista até o PhD possam ajudar a colocar o Brasil na ponta”.

A candidata falou também sobre o tema da transferência de tecnologia. Para ela, o país preciso abandonar o velho discurso de lutar por isso. “A China está fazendo protocolo de cooperação científica”, comparou Marina. “E a gente fica brigando nos fóruns internacionais para ter transferência de tecnologia. “(Em vez disso) temos que fazer como os americanos e os chineses: protocolos de cooperação científica. Nos quais, o professor (pesquisador) aprende e domina os processos e a gente não fica dependendo de transferência de tecnologia, porque isso não nos leva a lugar nenhum.”

Na opinião dela, é preciso pensar a ciência de acordo com o que já existe no mundo, de forma cada vez mais integral, cada vez mais transdisciplinar, para ajudar os dirigentes públicos a tomar as decisões corretas. Nesse momento, ela lembrou sua luta pelo meio ambiente na Amazônia. “Só foi possível combater os desmatamento, reduzir a emissão de mais de dois bilhões de toneladas de CO2, porque ouvi os cientistas”, reconheceu. “Foi com eles que ‘bebi’ os conhecimentos.”

 

 

 

 

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