SBPC e ABC entregam a Dilma Rousseff carta com propostas das duas entidades
Por Evanildo da Silveira
Para que o Brasil dê um passo decisivo na direção de deixar de ser emergente e se tornar um país desenvolvido, com uma sociedade inclusiva e mais igual, precisa, de um lado, de educação e, de outro, de ciência, tecnologia e inovação. A ideia foi defendida hoje (28/7) pela candidata da coligação PT-PMDB à Presidência da República, Dilma Rousseff, durante sua participação da 62ª Reunião da Anual da SBPC - evento que a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência realiza até 30 de julho no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal (RN).
Antes de iniciar seu discurso para um auditório lotado, a ex-ministra recebeu dos presidentes da SBPC, Marco Antonio Raupp, e da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis, uma carta com a agenda das duas entidades para as áreas de educação, ciência, tecnologia e inovação. Lido por Raupp, o documento, com quatro propostas, diz, em seu primeiro item, que o Brasil precisa de uma revolução na educação, “em todos os níveis, incluindo o ensino técnico e as diversas formas de educação superior”. Leia a íntegra do documento.
O texto defende ainda que o Brasil deve estar na fronteira do conhecimento; que é vital para o país a conservação e uso sustentável de seus biomas; e que deve agregar valor a produção e à exportação, por meio da intensificação da inovação nas empresas e fortalecimento da interação delas com instituições de ensino e pesquisa. A ABC e a SBPC concluem a carta dizendo que “consideram que essa Agenda de Ciência e Tecnologia para o Brasil deve estar fortemente vinculada ao desenvolvimento social, integral e abrangente, pressuposto para uma nação forte e soberana”.
Em seu pronunciamento, Dilma, por sua vez, fez uma balanço das ações do governo Lula em C,T&I, e adiantou o que pretende fazer nessas áreas e algumas de suas metas para o período 2011-2014, se for eleita presidente. Uma delas é aumentar os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I) dos atuais 1,34% para algo entre 1,8% a 2%.
Entre os objetivos de um eventual governo seu, também estão o fortalecimento dos 122 institutos de pesquisa criados durante o governo Lula; a proteção da Amazônia e do mar; o aumento do número de bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); de mestres e doutores e de patentes. Dilma acrescentou outras áreas que receberão atenção especial se ela for presidente, como microeletrônica, fármacos, energia elétrica e a produção de satélites (e seu uso para monitoramento do desmatamento na Amazônia) e seus veículos lançadores.
No balanço que fez da administração Lula, a candidata petista disse que “tem orgulho de ter participado de um governo que fez tento pela ciência e pela inovação tecnológica”. Em seguida ela citou o que considera uma das principais ações dele na área.“Um dos principais avanços de nossa política científica e tecnológica foi o PAC da Ciência e Tecnologia para o período 2007-2010”, afirmou. “Por meio dele, mudamos a quantidade de dinheiro que a gente investia em pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação. Nós passamos de um patamar bem baixo para R$ 41,2 bilhões.”
Ao falar em PAC da Ciência, a ex-ministra quis se referir ao Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional (PACTI), que tem previsto o valor que ela falou para investimento no período 2007-2010. Ela acrescentou que esse plano não deve ser visto de forma isolada e citou outros dados do governo Lula. “Acho importante que tenhamos dobrado o número de bolsas do CNPq e da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e que em 2010 vamos conceder mais 160 mil bolsas de iniciação científica”, disse. “Também foi importante ter dobrado o orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia em quatro anos e ter criado, por exemplo, a Lei do Bem, que desonera as empresas que fazem inovação.”
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