Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
A integralidade como elemento reorientador do modelo atenção: um estudo de caso em uma unidade de saúde da família com ênfase nas práticas dos profissionais do Núcleo de Apoio a Saúde da Família.
Adriana dos Santos Silva 1
Marcos Pereira Santos 2
Gimena Barbosa Souza 3
Luciana Alves Alaíde Santana 4
1. estudante associado do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão de Segurança Alimen
2. estudante associado do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão de Segurança Alimen
3. estudante associado do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão de Segurança Alimen
4. docente do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão de Segurança Alimentar e Nutri
INTRODUÇÃO:
Com o objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade, apoiar a inserção da Equipe de Saúde da Família (ESF) na rede de serviços e o processo de territorialização e regionalização a partir da atenção básica foram instituídos em 2008, os Núcleos de Atenção Integral na Saúde da Família (NASF) pelo Ministério da Saúde (Portaria no 154) e na Bahia regulamentado pela Resolução 66/10. O NASF deve ser constituídos por equipe composta por profissionais de diferentes áreas, os quais devem atuar em parceria com os profissionais das ESF compartilhando as práticas em saúde nos territórios sob responsabilidade das equipes. Devem atuar de forma integrada à rede de serviços de saúde, a partir das demandas identificadas no trabalho conjunto com as ESF. A Portaria que instituiu o NASF inseriu o apoio matricial no processo de trabalho dos profissionais e ferramentas para execução do apoio (interconsulta, clínica ampliada, grupos educativos, educação permanente e Projeto Terapêutico Singular/Coletivo-PTS/C). Sendo assim, este estudo teve o objetivo de caracterizar as práticas de saúde dos trabalhadores do NASF, com vistas a identificar como o apoio matricial está acontecendo tendo como referência a Resolução nº 66/2010.
METODOLOGIA:
Estudo qualitativo cuja estratégia de investigação foi o estudo de caso, realizado no período de abril-julho/2010 em uma USF de um município do Recôncavo-BA. A USF selecionada como unidade de análise deste estudo foi aquela localizada na zona urbana e que possuía os mesmos profissionais trabalhando juntos por no mínimo seis meses. O NASF foi implantado no município em maio de 2008 com duas equipes para atender 19 USF. A equipe do NASF de referência para USF selecionada para este estudo era composta por: Nutricionista, Fisioterapeuta, Psicólogo, Fonoaudiólogo, Farmacêutico. Destes, 4 trabalhadores que apoiavam a ESF estudada responderam a uma entrevista semi-estruturada individual (gravada), outra fonte de dados foi análise documental. Os dados foram avaliados por meio da análise temática consistindo em pré-análise, exploração de material, tratamento dos resultados e interpretação. O projeto foi submetido ao Comitê de ética e todos os participantes assinaram TCLE.
RESULTADOS:
O NASF foi implantado pautado em um modelo ambulatorial, onde a ESF orientadas por um protocolo, o qual foi elaborado pela equipe do NASF, selecionava indivíduos para atendimento clínico individualizado. Dessa forma, o trabalho se configurou como um serviço de especialidades e incoerente com os documentos que orientam sua implantação. Segundo os entrevistados, no final de 2009, tendo como referência os “Cadernos de Atenção Básica: diretrizes do NASF” ocorreram alterações na rotina. A partir desse período as falas revelaram que o trabalho do NASF passou a ser organizado a partir reuniões de equipes, nas quais as ESF demandavam atividades e o NASF executava, principalmente palestras e visitas domiciliares. Nas visitas, atendiam casos clínicos e as demandas sociais da população. Nestes momentos, os profissionais têm instituído práticas de encaminhamento de indivíduos para outros setores. Na perspectiva dos entrevistados o foco das ações do núcleo tem sido preventivas e promocionais. Percebeu-se que as reuniões de equipes não mantêm regularidade, o NASF possui pouca articulação interna e ações como interconsulta, clínica ampliada, grupos educativos, educação permanente e PTS/C são incipientes. Os profissionais revelaram que sentem dificuldades de compartilhar as práticas.
CONCLUSÃO:
Conclui-se que a instituição das reuniões de equipes foi um movimento de aproximação com o matriciamento e de suas ferramentas, porém, a lógica assistencial predominante na organização e nas práticas das ESF influenciou a implantação do NASF e, mesmo após a reestruturação provocada por um documento ministerial, as atividades desenvolvidas carregavam forte conotação assistencialista, uma vez que o apoio não tem se pautado no processo de territorialização e implantação das Linhas de Cuidado.
Instituição de Fomento: PROPAE
Palavras-chave: Integralidade, núcleo de apoio a saúde da família, saúde da família.