Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 6. Sociologia Urbana
A dinâmica do consumo de crack: O caso da cidade de Cachoeira/BA
Rosilene Oliveira Rocha 1
Herbert Toledo Martins 2
1. Mestranda em Ciências Sociais pela UFRB.
2. Prof. Dr. do PPGCS – UFRB - Orientador.
INTRODUÇÃO:
Apresenta-se aqui um projeto de pesquisa sobre o consumo de crack na cidade de Cachoeira-BA. Busca-se analisar questões centrais que se estendem desde o acesso à droga, freqüência de consumo e assistência pública aos usuários até os processos de criminalização e estigmatização que sofrem, e a possível contribuição dos mesmos para as modalidades de crime registradas na cidade. Com base nas metodologias qualitativa e quantitativa será analisado o que aqui se denomina de dinâmica do consumo de crack. Trata-se de um estudo pioneiro sobre esta temática na cidade de Cachoeira-BA que poderá, inclusive, iluminar políticas públicas e/ou sociais relacionadas ao fenômeno social aqui apresentado.
METODOLOGIA:
Amparada pela Sociologia Compreensiva weberiana, esta pesquisa se propõe a analisar, na realidade de Cachoeira, a “dinâmica” do consumo de crack. Trata-se de um estudo de natureza quanti-qualitativa operacionalizado pela técnica de entrevistas semi-estruturadas e de levantamento de dados, realizadas junto aos usuários de crack residentes na cidade de Cachoeira. Serão entrevistados representantes dos poder público municipal e das instituições de Segurança Pública da cidade. O recorte temporal recai sobre as ocorrências registradas durante o ano de 2010. Serão montados dois bancos de dados com auxílio do software estatístico SPSS que conterá as modalidades de crime registradas na cidade além das variáveis sócio-demográficas dos usuários de crack entrevistados. O método weberiano permitirá investigar informações mais relevantes sobre a realidade dos usuários de crack da cidade de Cachoeira possibilitando, assim, que seja processada a compreensão da unidade de análise deste estudo.
RESULTADOS:
Percebe-se que a literatura sociológica voltada para estudos dessa natureza se mostra escassa e as pesquisas que existem, geralmente, tomam por espaço de investigação as capitais ou os grandes centros urbanos. Questiona-se em que medida é prudente afirmar que determinada modalidade de crime ocorre devido ao consumo de um tipo específico de droga, no caso o crack. Quais seriam as principais implicações de reproduzir um discurso semelhante à criminalização e à estigmatização dos usuários? Em outro plano, poder-se-ía questionar a quais grupos interessa a reprodução e legitimação social de tal discurso.
CONCLUSÃO:
É possível perceber que os veículos de comunicação em massa, por muitas vezes, direcionam uma visão negativa aos usuários de drogas ilícitas. Isso contribui para a consolidação de processos de estigmatização desses usuários, imputando-lhes a desvalorização perante a sociedade (GOFFMAN, 1999). Importa ressaltar que nem todos os usuários de drogas, sejam elas ilícitas ou lícitas, cometem crimes como roubo, furto, agressão física, assalto, homicídio etc.
Instituição de Fomento: Pesquisa financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES.
Palavras-chave: crack, estigmatização, criminalidade.