Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
B. Engenharias - 1. Engenharia - 6. Engenharia de Produção
ESTUDO DO IMPACTO NO MEIO AMBIENTE PELO PROCESSAMENTO DA FARINHA DE MANDIOCA NO MUNICÍPIO DE SÃO FELIPE, BAHIA.
SIMONE SOARES BATISTA DE JESUS 1
PAULO CÉSAR HARDOIM 2
MAUTO DE SOUZA DINIZ 3
1. Pós-Graduanda do curso de especialização MAI UFLA/MG
2. Prof. Dr. - Adjunto IV - DCE/UFLA-MG
3. Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical-BA
INTRODUÇÃO:
O município de São Felipe possui uma área de 198,71 km² uma população de aproximadamente 21.000 habitantes (IBGE, 2004). Com atividades agrícolas, onde se destaca o cultivo da mandioca com técnicas ainda rudimentares.O Brasil é o segundo produtor de mandioca do mundo, sendo a mandioca uma planta resistente nas diferentes condições de cultivo, encontrada em todos os estados brasileiros. CEREDA (1994) citou que as utilizações culinárias caseiras da mandioca não acumulam resíduo significativo, pela pequena quantidade processada. Mas quando o processamento é maior, os subprodutos podem vir a apresentar problemas de disposição e soluções deverão ser encontradas. O processamento industrial da mandioca causa sérios problemas ambientais na disposição de resíduos, como poluição de rios, do solo, lençol freático e mortandade de peixes. Apesar dos agricultores serem familiarizados com a mandioca, desconhece as variedades, os impactos que seus resíduos causam ao meio ambiente e o aproveitamento dos resíduos como uma fonte de sustentabilidade.
METODOLOGIA:
Os procedimentos metodológicos aplicados constituíram em participações em palestras, na Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. Após levantamento bibliográfico, através de livros, jornais, revistas especificas, fontes digitais, monografias e dissertações. Aplicação de questionário e entrevista, com o objetivo de coletar dados referentes à produção e acumulo dos resíduos da mandioca.
RESULTADOS:
A produção é variada nas casas de farinha. Sendo 20% consideradas de porte pequeno por produzir de 10 a 30 sacas semanais, 30% porte médio com produção de 60 a 90 sacas e 50% grande porte produzindo de 90 a mais de 100 sacas semanais. As unidades de processamento da mandioca foram construídas desordenadamente sem planejamento, sendo projetado pelos agricultores e pedreiros. Tendo uma comunidade que num raio de 3 km existem vinte casas de farinha. Segundo o SEBRAE (2006) as dependências industriais e seu processo de fabricação devem cumprir as exigências das Boas Práticas de Fabricação (BPF). Com detalhes na construção do prédio até os cuidados com o processo, seguindo normas de higiene e segurança alimentar da ANVISA. 58% das casas de farinha utilizam corante Tartrazina. É comum animais transitarem nos espaços internos e externos das casas de farinha e o descarte dos resíduos da produção lançados no meio ambiente. A Resolução nº 572 de 5 de abril de 2002 da ANVISA, obriga as empresas fabricantes de alimentos que contenham na sua composição o corante, a declarar na rotulagem, especificamente, na lista de ingredientes, o nome do corante por extenso.
CONCLUSÃO:
De acordo com o estudo é notável as precárias condições higiênico-sanitárias das casas de farinha e o impacto ambiental causado pelo acumulo inadequado dos resíduos. Sendo necessário o poder público interferir promovendo o desenvolvimento dos estudos na utilização e aproveitamento dos resíduos, incentivando a aplicação do uso aos produtores rurais. Assim como criar um plano de ação para a atuação da vigilância sanitária e fiscalização do órgão ambiental no município.
Palavras-chave: Mandioca, Resíduos, Impacto Ambiental.