Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
SEXUALIDADE: DISCUSSAO EM FOCO
Marianna Santos Rodrigues 1
Bruna Rafaela Soares de Assis 2
Taís Cardoso Britto 3
Júlio César dos Santos 4
1. Estudante de Graduação de Psicologia. Inciação Científica. UFRB
2. Estudante de Graduação de Psicologia. Inciação Científica. UFRB
3. Estudante de Graduação de Psicologia. Inciação Científica. UFRB
4. Professor, Orientador. UFRB-CCS
INTRODUÇÃO:
Sexualidade é um termo abrangente, engloba inúmeros fatores e dificilmente se encaixa em uma definição única e absoluta. O termo “sexualidade” remete a um universo onde tudo é relativo, pessoal e paradoxa. Pode-se dizer que é traço mais íntimo do ser humano e como tal, se manifesta diferentemente em cada indivíduo de acordo com a realidade e as experiências vivenciadas pelo mesmo. Na atualidade a adolescência tem sido foco de inúmeras pesquisas por profissionais da área da saúde e educação, além disso tem despertado a atenção da mídia. As famílias por sua vez estão atentas aos filhos adolescentes tentando protegê-los da iniciação sexual precoce, das DST, AIDS e da gravidez. A educação de hoje certamente não é a mesma dos séculos anteriores, mas encontra-se envolvida em rupturas e mudanças, como também na realocação de problemas. Desta forma, este trabalho objetiva discutir a inserção do tema Sexualidade na escola, que perpassa hoje um tema transversal de acordo com a lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, uma vez que há a necessidade de transpor fronteiras do saber e disciplinas científica assim como há o desafio de ultrapassar barreiras envoltas em mitos, crenças, informações da mídia, valores familiares, discursos e procedimentos pedagógicos.
METODOLOGIA:
A metodologia de pesquisa utilizada foi de um estudo semi experimental realizada pelo Projeto de Intervenção em Planejamento Familiar na Perspectiva do Desenvolvimento. A intervenção consistiu em dez sessões realizadas com um representante da família, no qual consideramos um multiplicador para a os familiares, sendo um dos temas das sessões a sexualidade e a afetividade. Utilizou-se do método de pesquisa observacional direta, com atenção ao discurso dos estudantes e dos profissionais de educação da escola. Esse processo ocorreu em parcerias com quatro escolas públicas da cidade de Santo Antônio de Jesus-BA. A amostra foi composta por 77 estudantes, com média de idade de 15 anos. Foi assinado o termo de consentimento livre esclarecido (TCLE).
RESULTADOS:
Observou-se que durante o processo interventivo houve muito interesse na discussão acerca da sexualidade/afetividade e relacionamentos familiares. Muitas dúvidas surgiram, através das quais foram reportados sentimentos, emoções e muitos tabus, pois o tema é parte de representações sociais sobre o corpo, o desejo, as doenças e os papéis sexuais de gênero, sendo estas oriundas de informações descontextualizadas. No entanto, em meio a esta demanda notou-se que a Escola possui uma dificuldade de lidar com tal temática. Muitos professores demonstram um despreparo para desenvolver trabalhos sobre sexualidade com adolescentes, as discussões se voltam à atenção fisiológica e morfológica do corpo, com atenção a reprodução humana e doenças. Para além, a direção das instituições tem um posicionamento proibitivo e punitivo quanto as questões de namoros na escola, não há espaço de discussão sobre orientação sexual, e prevenção. Quanto a família, esta geralmente se sente desconfortável em tratar de assuntos referentes a sexualidade, uma vez que, atualmente, ainda existe uma confusão entre os conceitos de “sexo” e “sexualidade”, assim não há dialogo sobre o assunto. Na escola não há espaço para discussão, e o adolescente fica emerso a dúvidas e representações distorcidas sobre a temática.
CONCLUSÃO:
Assim, fica claro que é de importância a discussão que englobe outras dimensões que vão além do sistema reprodutivo. O tema sexualidade, ao ser proposto para adolescentes devem atender as curiosidades, interesses e necessidades, além disso, requer educadores preparados para tal abordagem. Aos professores fica o desafio de encontrar a melhor maneira de trabalhar o tema de forma segura e saudável, sem impor ou omitir informações atualizadas, incluindo crenças, mitos, tabus e preconceitos.
Instituição de Fomento: FAPESB
Palavras-chave: Sexualidade, Adolescente, Educação.