Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia

E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 5. Reprodução Animal

CONCENTRAÇÃO DE GLICOSE E COLESTEROL NO PLASMA SEMINAL DE CAPRINO ALIMENTADOS COM NÍVEIS DE ÓLEO DE LICURI (Syagrus coronata) NA DIETA

Claudinéia Silva Mendes 1 Larissa Pires Barbosa 2 Ronaldo Lopes Oliveira 3 Alexandre Moraes Pinheiro 4 Ana Lúcia Almeida Santana 5 Lígia Lins Souza 5

1. Graduanda em Medicina Veterinária – UFRB. Bolsista PIBIC - CNPq 2. Professora do CCAAB – UFRB.Orientadora PIBIC – CNPq 3. Professor do Departamento de Produção Animal – UFBA 4. Professor do CCAAB – UFRB 5. Graduanda em Zootecnia – UFRB.

INTRODUÇÃO:

Tanto a falta quanto o excesso de nutrientes dietéticos são capazes de afetar negativamente o desempenho reprodutivo dos animais. Dentre os nutrientes, proteínas, lipídeos e carboidratos merecem maior atenção (SMITH e AKINBAMIJO, 2000). Dentre as várias fontes de lipídios, o óleo de licuri é uma das alternativas de alimentação na Região Nordeste. A dosagem de componentes bioquímicos no sêmen e ou no plasma seminal pode representar um adjuvante na avaliação da fertilidade dos reprodutores e na seleção de bodes doadores de sêmen. Por várias razões, a bioquímica do plasma seminal dos mamíferos tem recebido considerável atenção, seja pela sua capacidade de influenciar a fertilidade ou pelo fato de que alguns constituintes seminais tenham suas origens em órgãos específicos, cujas concentrações são importantes para avaliar a capacidade secretora de várias glândulas sexuais anexas (MANN, 1974). Objetivou-se avaliar o efeito da inclusão de níveis de óleo de licuri (Syagrus coronata) na dieta, na concentração de colesterol e da glicose no plasma seminal de caprinos púberes.

METODOLOGIA:

O estudo foi realizado na Escola de Medicina Veterinária da UFBA e as análises laboratoriais, na UFRB. Utilizou-se 16 caprinos adultos ¾ Boer, distribuídos em quatro grupos (G) (n = 4): G1 = sem adição de óleo de licuri na dieta; G2, G3 e G4 = com adição de 1,5; 3,0 e 4,5% de óleo de licuri na dieta, respectivamente, além de milho moído, farelo de soja e feno de tifton 85. A dieta foi fornecida aos animais durante 58 dias, sendo alimentados diariamente às 8 e 16 horas. Os animais foram submetidos a coletas semanais de sêmen. Após a coleta, o sêmen foi enviado imediatamente ao laboratório e submetido à centrifugação para remoção do plasma seminal, e em seguida foram armazenadas à -20°C. Foram coletadas 13 amostras de plasma seminal por tratamento. Para determinação da concentração de glicose e colesterol total foi utilizado o método de colorimetria, com utilização de kits comerciais. Para análise dos dados foi utilizada análise de variância a 5% de probabilidade.

RESULTADOS:

Não foi observada diferença para as variáveis estudadas (P>0,05), sendo que a concentração de colesterol no plasma seminal variou de 480 mg/dL a 1069 mg/dL, apresentando um coeficiente de variação de 45,55%. As espécies animais apresentam diferenças no que diz respeito à resistência espermática ao congelamento (Henricks, 1991), em que os espermatozóides de bovinos suportam melhor o processo. Sabe-se que o principal fator envolvido nesta resistência é a composição da membrana plasmática dos espermatozóides (Alberts et al., 1997). De acordo com estes últimos pesquisadores, as espécies que apresentam espermatozóides mais resistentes ao choque térmico são aquelas em que estas células contêm maior concentração de colesterol na membrana, menor superfície da cabeça e maior proporção de ácidos graxos insaturados x saturados. Da mesma forma, não houve diferença para a concentração de glicose entre o grupo controle e os grupos suplementados (P>0,05), variando de 355 mg/dL a 705 mg/dL apresentando um coeficiente de variação de 56,04%. A frutose é o principal açúcar presente no sêmen, porém a célula espermática também é capaz de utilizar a glicose como substrato energético, sendo importante sua disponibilização (GONZÁLEZ, 2002).

CONCLUSÃO:

A inclusão de óleo de licuri em até 4,5% da dieta de caprinos púberes não altera o perfil de colesterol e glicose no plasma seminal.

Instituição de Fomento: Financiado pela Fapesb

Palavras-chave: reprodução, metabólitos, lipídios.