Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia |
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade |
Seleção de Trichoderma spp. para o desenvolvimento de um produto biológico para o controle da podridão vermelha do sisal |
Rafael Mota da Silva UFRB Ana Cristina Firmino Soare UFRB Jefferson Oliveira de Sá UFRB |
1. Estudante de Agronomia da UFRB 2. Professora Titular CCAAB/UFRB 3. Doutorando em Ciências Agrárias UFRB |
INTRODUÇÃO: |
Dentre as culturas produzidas no semi-árido da Bahia, o sisal tem destaque significativo apresentando uma área plantada de 284.223 hectares e representando 95 % da produção brasileira, além de ser uma importante fonte de renda para um grande número famílias da região sisaleira. Nas regiões semi-áridas do nordeste brasileiro, milhares de famílias trabalham com o sisal, desde a sua produção no campo ao seu beneficiamento nas fábricas e a comercialização de seus produtos, constituindo-se na única ou principal fonte de renda familiar. Apesar da rusticidade e resistência da planta ao ataque de insetos e fitopatógenos a cultura sofre perdas na produtividade devido a podridão vermelha do caule, principal doença, que é causada pelo fungo Aspergillus niger. A doença é caracterizada pelos seguintes sintomas: coloração vermelha que se estende do caule para a base das folhas, com amarelecimento das folhas. A planta infectada fica amarelada e murcha, o caule apodrece e se desprende facilmente do solo, levando a planta à morte. Não existe método de controle eficiente da doença, sendo que o controle biológico pode constituir-se numa ferramenta viável, pois existem microrganismos com grande potencial, a exemplo de fungos do gênero Trichoderma spp.. . Assim objetivou-se neste t |
METODOLOGIA: |
Isolados de Trichoderma spp. foram obtidos a partir de amostras de solo da região sisaleira da Bahia. O isolamento foi feito por diluição seriada e plaqueamento em meio BDA 1/5 com antibiótico. Avaliou-se 59 isolados de Trichoderma spp.. Discos de caule de sisal foram desinfestados e acondicionados em potes de plástico descartáveis, contendo papel toalha esterilizado no fundo. Os mesmos foram inoculados com 1 mL de suspensão de esporos de Trichoderma spp na concentração de 107 conídios mL-1, e após o período de 48 horas com 1 mL de suspensão de esporos de A. niger na mesma concentração. O controle negativo consistiu apenas da aplicação de A. niger, e o controle positivo não foi inoculado. Os discos foram incubados nas temperaturas de 30±2 e 40±2 °C, por cinco dias. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 59 x 2, com quatro repetições. Posteriormente os segmentos de caule foram transferidos |
RESULTADOS: |
Os testes em laboratório revelaram que os isolados de Trichoderma spp. inibiram o crescimento micelial e esporulação de A. niger sobre os disco de caule de sisal à temperatura de 30 °C. Poucos isolados de Trichoderma spp. permitiram que ocorresse esporulação de A. niger nos discos de caule de sisal, demonstrando o potencial destes para o controle de A. niger. O controle da esporulação e crescimento micelial do fungo permitirá a diminuição das fontes de inóculo e disseminação de A. niger e, consequentemente, o controle da doença. A região onde o sisal é cultivado é caracterizada por períodos de altas temperaturas, as quais propiciam à planta a condição de déficit hídrico que as torna suscetível ao processo de infecção natural. Os isolados de Trichoderma spp. avaliados apresentam potencial para o controle da doença, por tolerarem temperatura constante de 30 °C e serem eficientes na inibição de A. niger a essa temperatura. Estes isolados foram obtidos dessas regiões produtoras de sisal, sendo, adaptados a essas condições ambientais. A 40 °C não houve desenvolvimento de A. niger e Trichoderma spp. nos discos de caule de sisal. A essa temperatura, ocorreu a desidratação e desintegração do tecido caulinar nesses discos de |
CONCLUSÃO: |
Todos os isolados de Trichoderma spp. avaliados inibiram significativamente o crescimento micelial e esporulação de A. niger nos testes em laboratório. A seleção desses isolados de Trichoderma spp. antagônicos a A. niger obtidos do solo da região semi-árida da Bahia, poderá proporcionar a elaboração de produto para o controle biológico da podridão vermelha do sisal. |
Instituição de Fomento: CNPq |
Palavras-chave: Fitossanidade, Biocontrole , Agave sisalana. |