Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 4. Jornalismo e Editoração |
Interfaces comunicativas |
Robério Marcelo Ribeiro 1 |
1. UFRB - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia |
INTRODUÇÃO: |
A compreensão e análise mais detalhada dos padrões comunicativos dos conteúdos linguísticos entre a América do Sul e a África possuem referenciais iguais e comuns. Com efeito, um dos problemas antropológicos mais interessantes para o adequado conhecimento de determinadas formas culturais humanas é o relativo às características comunicativas da América do Sul e da África, sem perder de vista a realidade histórica que provocou uma série de situações especiais no contexto comunicativo e ainda sujeita a revisões quando se estuda as épocas anteriores à chegada dos europeus nestes continentes. Sem referências a teorias etnográficas de problemas que extrapolam a pesquisa comunicativa, o interesse primordial é buscar entender as aproximações culturais anteriores à presença européia. O mundo imenso e profundo da cultura negra, cuja organização semiológica está presente desde o símbolo originário, às construções da atualidade, são mais compreensíveis com o exame do outro lado deste sistema aparente. |
METODOLOGIA: |
Pesquisas de campo realizadas no Parque Nacional do Xingu, nos rituais do Quarup. |
RESULTADOS: |
O outro lado do oceano, em vez de dividir, unificou e aproximou sobremaneira estes dois territórios considerados incomunicáveis. De fato, esta vasta extensão líquida, considerada intransponível, poderia ser considerada um eficiente veículo de aproximação dos afro-americanos muito antes do que comumente se pensa. Isso resulta nos traços unificadores que acompanharam o desenvolvimento originário de sistemas codificados não verbalísticos nos dois continentes. Também é muito óbvio que valores iguais, tomados uniformemente, organizaram o processo comunicativo da América do Sul e da África Ocidental, assumidos com as mesmas significações e denotados identicamente para serem inseridos no contexto que garantiu às mesmas idênticas funções simbólicas. Foram assim estabelecidas estruturas comunicativas comuns entre povos que, pelo consenso geral, só haviam entrado em contato entre eles apenas com a chegada dos europeus. A veiculação das mensagens organizadas em rígidas estruturas intocáveis permitem verificar de maneira indiscutível o paralelismo de uso e funções dos vários códigos especiais que se desenvolveram no processo significativo não-verbal ou simbólico. |
CONCLUSÃO: |
Determinadas técnicas que gerenciam o trânsito de informações, a correspondência de específicas gestualidades corporais ou de verbalizações que concretizam mensagens inusitadas, foram transmitidas no decorrer do tempo e são utilizadas com perfeição ainda hoje e permeiam as interfaces de recepção e emissão da comunicação afro-americana. |
Palavras-chave: Comunicação, Cultura, Afro-Americana. |