Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 5. Reprodução Animal
Avaliação econômica de diferentes métodos de inseminação artificial em ovinos
Raísa Cordeiro dos Santos Alves de Araújo 1
Larissa Pires Barbosa 2
Bianor Matias Cardoso Neto 3
Patrícia Alves Dutra 4
Rosiléia da Silva Souza 5
Cristiane da Silva Aguiar 6
1. Estudante de Graduação em Medicina Veterinária - UFRB. PIBITI/Voluntário
2. Professora do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas-UFRB.Orientad
3. Mestrando em Ciência Animal - UFRB
4. Mestrando em Ciência Animal - UFRB
5. Mestrando em Ciência Animal - UFRB
6. Professora do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas – UFRB
INTRODUÇÃO:
A inseminação artificial (IA) é uma prática que está crescendo em ovinos, especialmente em países que importam animais selecionados, visando melhorias genéticas em seus rebanhos (CAMPBELL et al., 1996). A principal limitação na aplicação dessa tecnologia da reprodução em ovinos tem sido a inabilidade em se transpor a longa e estreita cérvix, inviabilizando a deposição intra-uterina do sêmen (CROY et al.,1999).
A IA intrauterina por laparoscopia é a principal técnica utilizada em ovinos (KILLEN e CAFFERY, 1982, GHALSASI e NIMBKAR, 1996). Esta, contudo, apresenta várias limitações, por se tratar de um procedimento cirúrgico e exigir a utilização de equipamentos de alto valor e mão-de-obra especializada (EVANS & MAXWELL, 1987).
Desta forma, objetivou-se avaliar economicamente a técnica de IA transcervical com o uso de diferentes dilatadores cervicais, em comparação à IA por laparoscopia em ovinos.
METODOLOGIA:
O experimento foi realizado na fazenda São João, localizada no município de Entre Rios, BA, nos meses de abril e maio de 2010. Cento e quatorze ovelhas da raça Santa Inês foram distribuídas em cinco grupos (G), sendo: G1: inseminação artificial transcervical (IATC) sem utilização de dilatador cervical (n=23); G2 - IATC com aplicação de 500UI ocitocina , (n=23); G3 - IATC com aplicação de 1mg estrógeno (n=22); G4 - IATC com aplicação de 0,0375 mg prostaglandina F2 IM, (n= 23) e G5 - inseminação artificial por laparoscopia (n=22).
As inseminações transcervicais foram realizadas com contenção física e com tracionamento cervical. Foi utilizado sêmen fresco, diluído em meio Holding®, em uma concentração de 150x106 espermatozóides. Para avaliação econômica dos diferentes grupos foi considerado o custo do protocolo hormonal, da técnica utilizada e a taxa de gestação obtida em cada grupo.
RESULTADOS:
Os custos dos protocolos hormonais foram de R$ 14,65; R$ 15,65; R$ 14,95; R$ 16,30 e R$ 14,65 para os grupos 1, 2, 3, 4 e 5, respectivamente. O custo para realização das inseminações foi de um salário mínimo por dia para as inseminações transcervicais (R$ 510,00) e de dois salários mínimos por dia para inseminação por laparoscopia (R$ 1.020,00). A taxa de gestação para os grupos 1, 2, 3, 4 e 5 foi de 30,4%; 8,6%, 0%; 13% e 68,18%, respectivamente. Desta forma, o custo de cada prenhez por grupo foi de R$ 120,99; R$ 434,97; R$ 294,96 e R$ 89,48 para os grupos 1, 2, 4 e 5, respectivamente. O G3 não apresentou taxa de gestação de 0%, inviabilizando o cálculo do custo.
O grupo 1 apresentou menor custo por gestação entre os grupos em que se realizou inseminação transcervical, mostrando dessa forma que a aplicação do dilatador cervical aumentou custo e manejo.Comparando-se o grupo 1 com o grupo em que foi realizada a inseminação laparoscópica, observou-se uma economia de R$ 31,51, para o uso da técnica laparoscópica. Quando amplia-se o custo para um lote de 100 animais, a técnica laparoscópica apresenta uma economia de R$ 3.151,10.
CONCLUSÃO:
O método laparoscópico apresentou o menor custo, com diferença de R$ 31,51 por prenhez em relação ao método transcervical sem dilatador cervical, caracterizando o melhor método com relação ao custo/benefício.
Palavras-chave: inseminação transcervical, ovelhas, inseminação laparoscópica.