Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia

E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenhar - 4. Conservação da Natureza

IMPACTOS SÓCIO-AMBIENTAIS DECORRENTES DA ATIVIDADE CARVOEIRA NO MUNICÍPIO DE RIACHO DE SANTANA – BA.

Gilson Carlos Silva Teodoro 1 Éber Souza Dourado 2 João Guilherme Bittencourt Silva 3 Samir Dultra Abdalla 4 Edesio Dantas Souza Sobrinho 5 Diêgo Souza Magalhães 6

1. Geógrafo - Pós Graduado em Meio Ambiente - Orientador 2. Graduando em Engenharia Florestal - Orientado 3. Graduando em Engenharia Florestal - Orientado 4. Graduando em Engenharia Florestal - Orientado 5. Graduando em Engenharia Florestal - Orientado 6. Graduando em Engenharia Florestal - Orientado

INTRODUÇÃO:

As atividades Carvoeiras em Riacho de Santana desempenham um importante papel na organização do espaço municipal, vale destacar que o município em 2005 ocupava o 3º lugar na produção de carvão vegetal no Brasil. Esta posição repercute significativamente na economia local, basta dizer que as três principais fontes de receita são: o dinheiro da folha de pagamentos da prefeitura, os vencimentos dos aposentados e o carvão produzido por grandes fazendeiros. O carvão vegetal é usado como redutor do ferro, combustível, entre outras, é responsável por cerca da metade da energia consumida pelo setor siderúrgico, porém, pouco do carvão vegetal utilizado por tal setor advém do reflorestamento. Durante a década de 80 cerca de 80% do carvão destinado a indústria foi obtida da lenha proveniente do desmatamento das florestas nativas. No ano de 2005 cerca de 100 a 105 há. de caatinga e cerrado eram devastados pelos carvoeiros. Este trabalho teve por objetivo analisar os impactos sócio-ambientais decorrentes da extração desordenada de mata nativa para a produção de carvão e suas atuais conseqüências.

METODOLOGIA:

Foram aplicados questionários socioeconômicos e entrevistas com produtores e trabalhadores das carvoarias. Dentro das entrevistas buscou-se entender as condições de trabalho, rendimento e escolaridade dessas pessoas. Foi feita uma avaliação empírica dos impactos ambientais, onde a própria população indicou áreas de ação depredadora dos grandes carvoeiros.

RESULTADOS:

O perfil do carvoeiro é de uma pessoa do sexo masculino, com idade entre 14 e 50 anos. Com relação à escolaridade, 20% dos carvoeiros são analfabetos, 15% alfabetizados, 40% até a 4ª série, 21% até a 8ª série incompleta e apenas 4% chegaram a completar o ensino fundamental. Os trabalhadores chegam a receber no máximo R$ 280,00 mensais, dependendo da jornada de trabalho. A avassaladora devastação das matas nativas de Riacho de Santana decorrente dos interesses carvoeiros comprometeu seriamente o meio ambiente local, fazendo com que espécies como: Pau D’Arco (Tabebuia sp), jacarandá (Dalbergia nigra), umburaninha, cedro-verdadeiro ( Cedrela fissilis), aroeira ( Astronium urundeuva), baraúna (Schinopsis brasiliensis ), sucupira ( Bowdichia virgilioides), umbuzeiros e juazeiros, quase que desaparecessem da região. A ação dos depredadores carvoeiros não respeitou sequer as matas ciliares do afluente do Rio São Francisco, o rio Santana, que está assoreado.

CONCLUSÃO:

O Setor carvoeiro em Riacho de Santana deixou e ainda deixa sérias conseqüências na flora, fauna e população deste município. É preciso que a administração municipal preocupe-se na recuperação das áreas degradadas e também na recuperação da mata ciliar do Rio Santana e também no resgate humanitário da população local.

Palavras-chave: Degradação, Carvoaria, Mata nativa.