Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia |
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva |
INTEGRALIDADE: EIXO NORTEADOR DO CUIDADO NO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA? |
Tatiane Santos Couto de Almeida 1 Suélem Maria Santana Pinheiro 2 Clarice Alves dos Santos 3 Danniela Britto de Carvalho e Cruz 4 Thales da Costa Lobê Pereira 5 Roberto Ferreira de Oliveira 6 |
1. Enfermeira, Mestranda em Saúde Coletiva - UEFS, Docente - FAMAM 2. Cirurgiã Dentista, Mestranda em Saúde Coletiva - UEFS 3. Prof. de Educação Física, Mestranda em Saúde Coletiva - UEFS 4. Enfermeira, Mestranda em Saúde Coletiva - UEFS 5. Fisioterapeuta, Mestrando em Saúde Coletiva - UEFS 6. Fisioterapeuta, Mestrando em Saúde Coletiva - UEFS |
INTRODUÇÃO: |
O SUS, enquanto sistema transformador, apresenta características peculiares, como a universalização do acesso, a equidade na distribuição dos serviços e o atendimento integral aos seus usuários. O Programa de Saúde da Família (PSF) surge como um importante modelo capaz de reestruturar o sistema de saúde no Brasil e de romper com o paradigma do modelo hospitalocêntrico, fundamentado em ações curativas e individuais, por meio da ampliação do acesso, da qualificação e da reorientação das práticas, embasadas na integralidade do cuidado. No entanto, Assis e outros (2010) apontam que as práticas no PSF ainda vêm sendo estruturadas com base no modelo médico hegemônico, por este motivo a necessidade de trabalhar a ideia de um sistema integral que garanta um fluxo seguro aos usuários em todos os níveis de atenção e o acesso às tecnologias necessárias à resolução de seus problemas de saúde. Diante deste contexto, surge uma indagação: De que forma a literatura trata os desafios para a implementação da integralidade, enquanto eixo norteador do cuidado, no processo de trabalho do PSF? Esta pesquisa tem como objetivos: conhecer os desafios para a implementação da integralidade, enquanto eixo norteador do cuidado, no PSF, a partir das discussões trazidas pela literatura científica. |
METODOLOGIA: |
Trata-se de um estudo de levantamento bibliográfico. Segundo Marconi e Lakatos (2009) a pesquisa bibliográfica é uma forma de contato direto com o assunto abordado, possibilitando um novo enfoque e conclusões inovadoras. Sendo assim, tornou-se necessária uma busca por informações acerca do tema estudado, nos bancos de dados eletrônicos (Lilacs e Scielo), além de livros e revistas com amplo reconhecimento na área de saúde. Foram ainda selecionados os autores que detinham um número considerável de publicações e abordagens de acordo com o objetivo que norteou esta pesquisa. Foi realizado, posteriormente, leitura analítica e interpretativa, para ordenar as informações que respondesse à pesquisa. |
RESULTADOS: |
A literatura aponta dificuldades para a garantia dos eixos norteadores do cuidado, no âmbito do PSF, inerentes a complexidade de sua constituição e limitações que a política nacional de saúde ainda sustenta. Na garantia da integralidade os nós críticos mostram-se na formação dos profissionais, que ainda segue o modelo flexneriano, médico centrado; na dificuldade em promover o controle social, ante ao papel da equipe de saúde de conceber o indivíduo como sujeito social do cuidado ofertado a ele; na priorização do tratamento curativo, pautado no diagnóstico e no tratamento das doenças, sustentado apenas no saber científico e vazio das singularidades; na fragmentação das ações em programas, dicotomizados entre ações coletivas e individuais, com trabalho isolado das categorias profissionais. Ainda, um grande “gargalo”, é a existência de barreiras no acesso às tecnologias existentes, para diagnóstico e tratamento, a despeito da saúde ser um direito constitucional fundamental, levando à estagnação do processo de cuidado. Enfim, delinear o “integral” tangencia o imperativo de dirimir as necessidades de saúde, pautado na intersetorialidade das ações, possibilitando o diálogo dos setores de saúde, educação, trabalho, lazer, moradia, na mesma esfera de planejamento. |
CONCLUSÃO: |
A integralidade precisa ser mais discutida, sobretudo no PSF, considerando que, na dimensão da atenção básica em saúde, este é considerado como principal porta de entrada ao usuário no SUS. Assim, é imprescindível defender práticas em saúde no SUS sempre intersubjetivas, nas quais os profissionais de saúde se relacionem com sujeitos, e não com objetos, defendendo a integralidade nas práticas com oferta de ações sintonizada com o contexto específico de cada encontro. |
Palavras-chave: Cuidado, Integralidade, Programa de Saúde da Família. |