Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
PROPAGAÇÃO IN VITRO DE HÍBRIDOS DE BANANEIRA COM POTENCIAL ONAMENTAL
Mariane de Jesus da Silva 1
Fernanda Vidigal Duarte Souza 2
Janay Almeida dos Santos-Serejo 2
1. Estudante de Graduação da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB
2. Pesquisadoras da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical
INTRODUÇÃO:
As bananeiras ornamentais (Musa sp) pertencem à família botânica Musaceae, não apresentam frutos comestíveis, ganhando destaque no paisagismo pelo colorido das flores,da folhagem, assim como pela exoticidade dos pequenos frutos que compõem a penca (Santos-Serejo et al., 2007).
As bananeiras são normalmente propagadas vegetativamente por meio de mudas desenvolvidas a partir de gemas do seu caule subterrâneo, o rizoma (BORGES et al., 1997). Entretanto a micropropagação proporciona uma rápida multiplicação de plantas em maior quantidade, em espaço e tempo reduzidos e em qualquer época do ano, permitindo também a obtenção de plantas livres de bactérias, fungos e vírus, que podem afetar o desenvolvimento das plantas (GRATTAPAGLIA & MACHADO, 1998).
A validação agronômica visando cultivo comercial de híbridos gerados no melhoramento genético demanda um elevado número de plantas visando, principalmente, que a avaliação possa ser realizada em diferentes regiões do país. Em vista disso, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a resposta morfogenética in vitro de dois híbridos de bananeira ornamental a um protocolo já estabelecido para variedades comerciais, visando a produção de um elevado número de mudas.
METODOLOGIA:
Utilizou-se dois híbridos de bananeira ornamental: RM33 e RM09 provenientes do cruzamento Musa acuminata ssp. Zebrina X híbrido de M. ornata x M. velutina Royal.
Os meristemas foram submetidos a um processo de assepsia em álcool 70% por 5 minutos, seguido da imersão em hipoclorito de sódio contendo 1% de cloro ativo com três gotas de Tween-20, durante 20 minutos e enxaguadas. Na fase de estabelecimento, os meristemas foram inoculados em meio MS, suplementado com 3% de sacarose, 0,2% de Phytagel®, pH 5,8. Os tubos foram mantidos em sala de crescimento, por 45 dias, sob condições controladas. Aos 45 dias de incubação, os explantes já intumescidos foram transferidos meio MS, suplementado com, 2,5 mg L-1 de BAP, 3% de sacarose, 0,2% de Phytagel®, com 10 explantes/caixa.
Os subcultivos e a contagem do número de brotos foram realizados em intervalo de 45 dias. Posteriormente, foram transferidos para meio de enraizamento (MS) e após 45 dias foi realizada a aclimatização das plantas.
RESULTADOS:
A contaminação inicial foi considerada elevada, visto que foi registrada em mais de 50% dos meristemas introduzidas do RM09 e RM33, resultando em apenas 11 e 9 meristemas, respectivamente, que conseguiram passar da etapa do estabelecimento. A ocorrência de bactérias endofíticas em materiais silvestres pode ser mais pronunciada do que em variedades cultivadas, necessitando ajustes no processo de desinfestação. O híbrido RM09 apresentou uma taxa de multiplicação maior que o híbrido RM33 em todos os subcultivos deixando evidente assim a diferença no potencial propagativo entre os dois materiais. Ao final de 225 dias de cultivo foram obtidas 1026 e 450 plantas do RM09 e RM33 respectivamente. Essas taxas de multiplicação foram consideradas baixas e as plantas produzidas não foram suficientes para se proceder à validação agronômica.
CONCLUSÃO:
As taxas de multiplicação obtidas com os híbridos de bananeira foram consideradas baixas. Novos meios devem ser testados para obtenção de resultados mais promissores.
Instituição de Fomento: FAPESB
Palavras-chave: Musaceae, Cultura de Tecidos, Taxa de multiplicaçã.