Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
G. Ciências Humanas - 7. Educaçao - 6. Educação Especial
DISCUTINDO A LEITURA E A ESCRITA DO DEFICIENTE VISUAL
ALANA SHEILA SILVA SANTOS 1, 2
PATRICIA RIBEIRO OLIVEIRA 1, 2
1. Rede Municipal de Ensino de Vitória da Conquista/BA
2. Associação Conquistense de Integração do Deficiente - ACIDE
INTRODUÇÃO:
O Sistema Braille de escrita e leitura para cegos é impresso em relevo e explorado de forma tátil; sua unidade básica é constituída pela célula (“cela”) Braille, formada pela combinação de seis pontos, colocados verticalmente três a três, permitindo 63 combinações diferentes que possibilitam a leitura de todas as letras do alfabeto, sinais de pontuação e símbolos presentes em textos literários nos diversos idiomas, como também nas simbologias matemática e científica, em geral, na música e, recentemente, na informática.
Pode ser escrito numa máquina ou numa pauta própria; no caso da pauta, usa-se uma prancha com reglete, um punção (pequeno objeto com uma ponta fina), deve-se pressionar o papel “ao avesso” para que os pontos sobressaiam do lado oposto daquele em que se está a escrever. Ao usar a máquina de datilografia Braille, deve-se pressionar simultaneamente as teclas correspondentes aos pontos em relevo que formam o sinal desejado.
Faz-se necessário enfatizar que os cegos não estão em prejuízo por fazerem uso de um sistema de escrita perceptivo tátil, pois o indivíduo dispõe de outros recursos como a linguagem para apreender o conhecimento e na junção desta com a produção escrita não há limites para se adquirirem novos conhecimentos.
METODOLOGIA:
Para a realização desta pesquisa optou-se pela metodologia de Estudo de Caso, visto que esta baseia-se na resolução de questões particulares, com valor singular e que são bem compreendidas pelo cunho Qualitativo, como afirma Minayo (2004, p.21) “... se preocupa [...] com um nível de realidade que não pode ser quantificada”, nesta pesquisa em especial, questões que envolvem a leitura e a escrita do deficiente visual. A pesquisa foi desenvolvida na Associação Conquistense de Integração do Deficiente (ACIDE), foram selecionadas 08 pessoas, dentre elas 02 professores e 06 alunos com deficiência visual, com idade variando entre 16 e 52 anos, ambos os sexos, tendo como critério de relação saber ler e escrever em Braille. Como instrumentos para coleta de dados foram utilizadas observação e aplicação de questionário.
RESULTADOS:
Através dos dados obtidos com os professores foi possível perceber que os mesmos afirmaram não ter encontrado obstáculos durante a aprendizagem do sistema Braille. Ao definirem em que consistia a aquisição do conhecimento a partir de leitura de textos em Braille foi expresso duas preocupações: uma em relação à leitura através desse sistema, por ser mais lenta, fatigante, uma vez que há um desgaste tátil. A outra foi em relação ao número de materiais transcritos para o Braille ainda ser pequeno impedindo a apropriação da leitura de forma autônoma. Sobre os dados coletados com os alunos, foi observado que os mesmos estavam matriculados na rede regular de ensino, demonstrando com isso o uso constante da leitura e escrita de textos em Braille e que durante a aquisição desse processo alguns apresentaram dificuldades, caracterizado por questões peculiares como velocidade, sensibilidade tátil, habilidades motoras dos punhos e dedos, além da própria vivência do aluno na busca da interpretação e significação dos textos em Braille.
CONCLUSÃO:
A pesquisa mostrou que a leitura e a escrita tem papel relevante na vida dos deficientes visuais. As afirmações dos professores revelaram a importância do sistema Braille para a vida deles bem como a necessidade da expansão desse sistema. Quanto aos alunos, foi possível perceber que através do acesso aos textos em Braille eles poderão obter melhora no desempenho de atividades escolares, aquisição de mais informações, interação com a sociedade e ampliação de conhecimento.
Palavras-chave: Braille, Escrita, Leitura.