Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
H. Artes, Letras e Lingüística - 1. Artes - 9. Artes
OLHANDO O CÉU COM HISTÓRIA E ARTE NA GRUTA DA LAPA DO SOL
Gemicrê do Nascimento Silva UEFS
Luciana Santos Siqueira UEFS
1. Mestre
2. Graduanda
INTRODUÇÃO:
Os Desenhos Rupestres, enquanto manifestação gráfica, estética e da cultura na história da humanidade, são uma das primeiras e primordiais formas de expressão deixadas como vestígios e produtos culturais, contendo importantes revelações dos seres humanos em seu processo evolutivo. Como linguagem, esses desenhos especialmente na Lapa do Sol, Município de Iraquara na Chapada Diamantina, apresentam-se expressivos, de modo que os entendemos como um embrião de informações. Conhecendo in loco, esses fragmentos da História do Desenho, suas provas e percepções, os discentes além de perceberem essa essência, tem oportunidade de realizar experiências pedagógicas de integração interdisciplinar.
METODOLOGIA:
Refletindo estas inquietações, realizamos visitas orientadas voltadas especialmente para discentes de diversos níveis de formação, ressaltando através das abordagens a formação dos suportes que foram realizados os desenhos e sua importância na preservação ambiental e patrimonial de Iraquara. As grutas e cavernas que foram usadas como possíveis abrigos, originaram-se, normalmente, a partir do fundo das dolinas. Esses locais formaram-se também na base dos paredões de calcários, resultante do processo de intemperismo físico-químico das rochas. Constituídas por uma sucessão de camadas de argilitos e carbonatos, onde a erosão natural é diferenciada em função da resistência que a rocha oferece aos agentes erosivos. Desta forma, as camadas, imprimem aos paredões rochosos um sentido visual horizontal, abrangendo a estruturação das pinturas.
RESULTADOS:
O fato de haver grupos de figuras, que se dispõem alinhadas e acompanhando essa direção, cujos painéis de rochas predominantemente horizontais, limitam as mais erodidas que servem de fundo para as pinturas. A gruta da Lapa do Sol corresponde a uma das entradas de um sistema de grutas e cavernas com vários quilômetros de extensão cientificamente consideráveis em espeleotemas. Nela, encontram-se alguns motivos com formas geométricas compostas por círculos concêntricos e divisões internas radiais, pintados em vermelho, branco e preto, conhecidos como "sóis". Alguns desses motivos têm associado um aspecto de "cometa" ou “estrela cadente” ou uma maneira de representação desses corpos celestes. É sem duvidas, uma grande oportunidade para exercícios de abstração, socialização e entendimento.
CONCLUSÃO:
Desde primórdios os humanos criaram a arte e se expressaram artisticamente. Hoje diante dessas imagens, posicionamo-nos em face de grandes paradigmas e paradoxos. Há princípios, pressupostos, tensões. Entre elas, relacionamos situações de representação e apresentação. Não devemos nos contentar apenas em buscar, na arte, respostas já dada pelo seu próprio discurso. É preciso ir ao cerne construído pelo que se diz e não diz, pelo impensável e pensado em evoluções e retornos na própria história.
Palavras-chave: Desenho Rupestre, História da Arte, Educação.