Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo
Influência do preparo do solo, sistema de plantio e porta-enxerto no crescimento da parte aérea do cultivar limeira ácida Tahiti em condições geoambientais dos Tabuleiros Costeiros do Estado da Bahia
Patrícia Lima de Souza Santos 1
Zuleide Silva Carvalho 1
Jefferson de Souza Santos 1
Joelito de Oliveira Rezende 2
Roberto Toyohiro Shibata 3
João Albany Costa 4
1. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – Estudante de Graduação em Agronomia
2. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – Orientador
3. Fazenda Lagoa do Coco – Co-orientador
4. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – Co-orientador
INTRODUÇÃO:
Os principais solos dos Tabuleiros Costeiros (Latossolos Amarelos Coesos e Argissolos Amarelos Coesos) caracterizam-se como profundos, ácidos, álicos, com baixa capacidade de troca catiônica e presença freqüente de camadas coesas (duras). Uma alternativa de manejo para solos com horizontes densos é a subsolagem, utilizada quando se pretende melhorar a permeabilidade de camadas mais profundas do solo, facilitando, desse modo, a penetração radicular e a circulação de ar, água e nutrientes ao longo do perfil. Outra prática agrícola viável é o plantio do porta-enxerto no local definitivo e posterior enxertia. Isto evitará os sucessivos cortes que se faz no raizame quando da prática convencional de formação e plantio de mudas (transplantio: sementeira-viveiro-local definitivo) - o que implica consumo de energia metabólica para reposição das partes danificadas em detrimento do desenvolvimento das plantas. Objetiva-se um modelo de manejo que possibilite, com sustentabilidade e menor relação custo/benefício, maior produtividade de pomares de limeira ácida ‘Tahiti’ [C. latifolia (Yu. Tanaka) Tanaka, seleção ‘CNPMF 2001’] em condições geoambientais dos Tabuleiros Costeiros do Estado da Bahia.
METODOLOGIA:
Em 2008, o experimento foi instalado na Fazenda Lagoa do Coco, localizada no Município de Rio Real, Litoral Norte do Estado da Bahia. O esquema experimental é de parcelas sub-subdivididas no delineamento em blocos casualizados, com seis repetições. Nas parcelas constam dois sistemas de plantio: convencional, ou seja, plantio de mudas e semeadura do porta-enxerto e enxertia no local definitivo; nas subparcelas, dois tratamentos de preparo do solo (um Argissolo Amarelo Coeso): uso de arado de discos + grade e uso de grade + subsolador nas linhas de plantio; nas sub-subparcelas, cinco porta-enxertos: limoeiro ‘Cravo’, limoeiro ‘Volkameriano’, tangerineira ‘Sunki’ Tropical’, tangerineira ‘Cleópatra’, ‘TSK x TRENG 256’. Nos dois sistemas de plantio, os porta-enxertos foram semeados na mesma data. As variáveis avaliadas foram: resistência mecânica do solo à penetração, umidade gravimétrica atual, altura e diâmetros do caule e da copa das plantas e custo de produção por hectare.
RESULTADOS:
A subsolagem contribuiu para a redução da resistência mecânica do solo á penetração na profundidade atingida pelas hastes subsoladoras. Independentemente do preparo do solo e do porta-enxerto, as plantas originárias da semeadura do porta enxerto no local definitivo cresceram mais do que aquelas originárias do plantio de mudas. Esse sistema de plantio não contribui para a introdução de pragas e doenças na propriedade por meio de mudas contaminadas – a planta é formada no local definitivo, com materiais propagativos (sementes e borbulhas) limpos. Trata-se de um sistema de produção agrícola mais compatível com as condições econômicas do pequeno citricultor: considerando-se iguais nos dois sistemas de plantio os demais itens da planilha dos custos de produção de um hectare de citros (preparo do solo, tratos culturais, adubos e adubação, calagem, defensivos, etc.), a economia proporcionada pela semeadura do porta-enxerto no local definitivo é de R$ 1072, 00, por hectare (custos atuais). Como os dados indicam que tal sistema de plantio dispensa a subsolagem, essa diferença poderá ser ainda maior.
CONCLUSÃO:
A subsolagem contribuiu para a redução da resistência mecânica do solo á penetração na profundidade atingida pelas hastes subsoladoras. Independentemente do preparo do solo e do porta-enxerto, as plantas originárias da semeadura do porta enxerto no local definitivo cresceram mais do que aquelas originárias do plantio de mudas devido à melhor e mais rápida adaptação às condições ambientais. Além disso, é um sistema de plantio mais econômico do que o convencional.
Instituição de Fomento: Fapesb – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia
Palavras-chave: Latossolo Amarelo Coeso, subsolagem, citros.