Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 8. Comunicação |
“ÁGUA BENTA DE LÉSBIOS” – O CORPO E O PRECONCEITO NA FOTOGRAFIA DE DAMÁRIO DACRUZ |
Elton Vitor Coutinho 01 Danillo Barata 02 |
1. Graduando em Jornalismo pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). 2. Prof. Ms. Danillo Barata. UFRB. - Orientador |
INTRODUÇÃO: |
A partir do século XIX, o corpo e a sexualidade foram alvos privilegiados de controle da vida social. Segundo Foucault (2007), a sexualidade é o nome que se pode dar a um dispositivo histórico, uma vez que se desenvolveu como parte de uma regulação social que controlava o corpo e o seu comportamento. Contrapondo às idéias dos sexólogos, ao criticar que estes ajudaram a construir a sexualidade baseada no domínio essencial do conhecimento, Foucault (2007) ainda rejeita a crença de que as pessoas estão sempre tentando controlar a energia sexual do corpo, já que os argumentos essencialistas tentam explicar o comportamento dos indivíduos como “produtos automáticos de impulsos internos”. No que concerne a menção das duas vertentes de pensamento (a teoria queer e a ideologia do Grupo Gay da Bahia), se espera trabalhar, durante todo o texto, apenas a questão da performatividade lésbica dentro da perspectiva dessas duas vertentes e enquadrá-la (a performatividade) enquanto corpo, enquanto preconceito com esse “corpo abjeto”. Para isso, lanço algumas indagações sem o intuito de esgotar as possíveis respostas. O que é ser lésbica? Os estereótipos servem como defesa ou como ataque à identidade hhomossexual? As práticas de si estigmatizam o preconceito ou reforça-o? |
METODOLOGIA: |
Essa pesquisa faz parte do projeto A construção social do corpo no Recôncavo Baiano. Para propor uma análise sobre o preconceito que os “corpos abjetos” sofrem na sociedade contemporânea, apresento a imagem Lésbios 3, do fotógrafo Damário Dacruz. Uma vez que, o Brasil, baseado em dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), é considerado o país com maior número de crimes homofóbicos do mundo. A análise também é feita baseada no corpo enquanto objeto de arte, no que concerne a metáfora do corpo, além de discutir a questão do preconceito do ponto de vista do GGB e da teoria queer, porém sem grande aprofundamento metodológico. Este projeto tem um caráter eminentemente teórico, analisado através de símbolos e signos inscritos no corpo por meio da mídia e de expressão artística (fotografia). Desta forma, o aporte metodológico utilizado vem da antropologia, dos estudos culturais e homossexuais e de uma sociologia da arte. |
RESULTADOS: |
“Existe, sim, maior preconceito com o homoerotismo feminino e isto parece estar relacionado, em grande parte, ao silenciamento histórico da sexualidade feminina, atrelando a subjetividade das mulheres ao circuito maternal”. (OLIVEIRA, 2002, p.129). A LBL (Liga Brasileira de Lésbicas) foi formada em oposição ao grupo que constituía a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais – criada em 1995 com o intuito de promover a igualdade das diversas sexualidades – por acreditar que esta associação ainda reproduzia um discurso machista, enfatizando o preconceito contra as mulheres e colocando-as em lugares de subordinação. “E quando se fala em discriminação e falta de cidadania, verdade seja dita, os homossexuais sofrem muito mais que qualquer outra minoria social, já que a “homofobia” começa dentro de casa, praticado inclusive pelos entes mais queridos.” (MOTT, 2008). |
CONCLUSÃO: |
São muitos os tipos de preconceito e são diversas as formas e lugares de manifestá-lo. “Prefiro um filho ladrão, ao invés de viado!”. Essa é uma das frases egoísta, comum entre os próprios familiares, que desprezam a homossexualidade a tal ponto de discriminar seu próprio filho ou filha causando neles, espanto, dor, tristeza e até mesmo um sentimento de culpa, uma culpa pautada pelo discurso hegemônico, mas que jamais deve existir. |
Palavras-chave: corpo, preconceito, fotografia . |