Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
G. Ciências Humanas - 7. Educaçao - 10. Educação Rural
A 5ª série das Escolas Famílias Agrícolas: investigações de práticas pedagógicas na alternância.
Renata da Silva Carmezin 1
Marta Andreia Pereira de Cerqueira 2
Georgia Araujo de Oliveira Costa 3
Ludmila Oliveira Holanda Cavalcante 4
1. Graduanda em Pedagogia, Bolsista PROBIC - UEFS
2. Graduanda em Pedagogia - UEFS
3. Graduanda em Pedagogia, Bolsista PIBIC/FAPESB - UEFS
4. Prof.ª Dr.ª- Departamento de Educação - UEFS - Orientadora
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho é fruto do relatório final do Plano de Trabalho de Iniciação Científica que aborda a 5ª série nas Escolas Famílias Agrícolas (EFAs). As EFAs constitui-se como alternativa historicamente construída rumo a uma lógica “do campo” (ARROYO, CALDART, MOLINA, 2004) que tem por princípio teórico metodológico a Pedagogia da Alternância ( P. A.) , que propõe um ensino integral e interno, com disciplinas teóricas, práticas e formação sócio política para o rural, nas modalidades de ensino fundamental e médio (CAVALCANTE, 2007).
A Alternância traz uma lógica de convivência escolar diferenciada para o estudante, visto que aprendizagem é alternada em períodos escola/comunidade, pois durante duas semanas de internato os alunos permanecem na escola, convivendo com estudantes de outras comunidades, desenvolvendo tarefas práticas e diárias. O período na comunidade corresponde ao momento no qual o estudante transmitirá os saberes elaborados aos integrantes de sua comunidade e executará suas atividades escolares (BRASIL, 2006).
Atrelada a essa rotina os estudantes vivenciam a adolescência (transição entre a infância e a vida adulta), que caracteriza mudanças biológicas e psicossociais que influenciarão na conquista da identidade do adolescente/jovem.
METODOLOGIA:
Esta pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como fonte (ANDRÉ e LÜDKE, 1986). Como abordagem metodológica o Estudo de Caso, pois possibilita uma investigação empírica que analisa fenômenos dentro de seu contexto real, onde o pesquisador não tem controle sobre eventos e variáveis, (MARTINS, 2006).
Pautando-se na proposta da abordagem metodológica, o trabalho foi dividido em fases, as quais consistem: Fase preparatória: (encontros semanais para estudo e discussão sobre as linhas de pesquisa na temática de educação do campo; apoio na elaboração e participação nos Encontros de Formação de monitores organizados em parceria com a UEFS/REFAISA); fase de coleta de dados (acompanhamento pedagógico aos monitores nos processos formativos na REFAISA e visitas ao contexto para coleta de dados através de observação e entrevista) e por fim a analise dos dados coletados. As técnicas utilizadas na coleta de dados foram a observação participante e entrevista semi- estruturada.
RESULTADOS:
A rotina escolar da EFA propicia ao aluno uma intimidade com as peculiaridades do rural num processo contínuo de aprendizagem que perpassam a sala de aula. Embora aparente ser uma jornada exaustiva para o adolescente, todas as atividades são vivenciadas com bastante vivacidade devido ao vínculo afetivo que estabelecem em meio aos períodos de internato e as semelhanças próprias da fase que estão vivendo enquanto indivíduos e grupo.
Foi identificado como dificuldade, o processo de adaptação dos adolescentes da 5ª série na perspectiva emocional, por estarem longe de suas famílias e ainda inexperientes com a proposta do internato em si. A EFA apresenta-se como universo novo, ora convidativo, ora temido, mas sempre exigente que requer dos estudantes uma autonomia que ainda não se configurou totalmente na adolescência, trazendo à tona em alguns dos jovens, o desejo de retornar para o contexto familiar.
A P.A. permite o confronto entre o sonho e a realidade, atrelado a isso, pressupõe-se que, nessa vivência contínua articulando diariamente teoria/prática e trabalho/estudo, o adolescente se perceberá como sujeito principal nas ações para promover o seu local de origem enquanto consolida sua identidade.
CONCLUSÃO:
A pesquisa evidenciou que as EFAs se apresentam como uma alternativa importante para o rural à medida que articula teoria e prática. Percebe-se a necessidade de práticas pedagógicas mais adequadas à realidade socioeconômica, cultural e política local e ainda a realidade física, psíquica e emocional dos adolescentes, pois nesse processo ininterrupto de aprendizagens, a alternância possibilita ao adolescente atuar como agente sócio profissional de sua própria formação.
Instituição de Fomento: PROBIC - UEFS / PIBIC - FAPESB
Palavras-chave: Pedagogia da Alternância, Escola Família Agrícola, Adolescência.