Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia |
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem |
Saúde do cuidador: impacto do serviço noturno |
DIOGO SENA DE MELO 1 BRUNO DE ARAUJO AGRA 1 SUIANE COSTA FERREIRA 2 |
1. GRADUANDOS DE ENFERMAGEM- FIB 2. PROF - ORIENTADORA- FAMAM |
INTRODUÇÃO: |
Para garantir a continuidade do cuidado, a equipe de enfermagem está presente ininterruptamente no ambiente hospitalar no esquema de turnos, diurno e noturno. O ser humano é essencialmente diurno, onde durante o período do dia geralmente ocorre todas as atividades e no período da noite ocorre o sono e o descanso. Contudo, os trabalhadores noturnos devido às necessidades profissionais alteram seu ciclo sono/vigília, ocasionando perturbações na vida familiar, tendências depressivas, problemas nutricionais decorrentes das modificações horárias na ingestão de alimentos, alterações psíquicas (mau humor, tristeza, desânimo, estresse) e fisiológicas (distúrbios gástricos, cardiovasculares e do sono). Além disso, os efeitos destas alterações podem levar a um maior risco para acidentes de trabalho, diminuição da qualidade da assistência prestada e prejuízo da qualidade de vida destes trabalhadores |
METODOLOGIA: |
Pesquisa de campo descritiva-exploratória, de natureza quantitativa. A população de estudo constituiu-se da equipe de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem) do quadro de funcionários do setor de emergência de adulto de um hospital público da cidade de Salvador/Bahia. Os critérios de inclusão na pesquisa foram: o consentimento prévio em participar da pesquisa, fazer parte da escala do turno predominantemente noturno, não estar de férias ou licença no momento da coleta de dados. A amostra final foi composta de 29 profissionais. A coleta de ocorreu durante o mês de abril de 2010. Todos os participantes responderam a um questionário individual do tipo estruturado. Além da coleta de dados através do questionário, foram realizadas medidas diretas da pressão arterial, glicemia capilar, peso corpóreo, estatura e circunferência da cintura. |
RESULTADOS: |
32,6% dos funcionários da emergência adulto trabalham exclusivamente no serviço noturno. Destes 75,9% do sexo feminino e 24,1% do masculino. O tempo médio de profissão foi de 14 anos e a média de no serviço noturno contínuo foi de 9 anos. O tempo médio destinado ao sono no pós-plantão de 3 horas e 40 minutos. 86,2% relataram sentir-se mal ou regular ao acordar após o trabalho noturno; 17,2% informaram apresentar sintomas como mau humor, ansiedade e sinais de depressão; 79,3% realizam atividades laborais ou acadêmicas após o serviço noturno. 79,3% classificaram seu nível de concentração após o serviço noturno como regular ou ruim; 55,1% apresentaram distúrbios relacionados ao sono profundo-reparador; 62,1% sentem sua qualidade de vida prejudicada; 65,5% raramente ou nunca desfrutam de atividades de lazer; 58,7% raramente ou nunca presenciam reuniões sociais; 58,7% não praticam esportes ou o fazem raramente; 44,8% apresentaram sobrepeso e 7,2% obesidade grau I; o valor médio da circunferência abdominal foi de 84cm para as trabalhadoras e 92cm para os trabalhadores, caracterizando população com obesidade central de acordo o ponto de corte de Barbosa et al (2006);29,4% informaram serem hipertensos; 6,8% apresentaram,no momento da entrevista,níveis pressóricos elevados; 3,5% diabético |
CONCLUSÃO: |
O serviço noturno é necessário para prestação dos cuidados de enfermagem, porém o mesmo gera repercussões negativas na vida dos trabalhadores, tanto física quanto psíquica e social, sendo fator de risco modificável para o surgimento de doenças. Os trabalhadores noturnos têm seu sono prejudicado tanto na quantidade como na qualidade.A equipe de enfermagem promove/restabelece a saúde das pessoas, mas cuidar do outro impede muitas vezes que conheçam suas próprias condições de saúde. |
Palavras-chave: Cuidador , Saúde , privação do sono . |