Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia |
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia |
FORÇA MUSCULAR E MORBIDADES PSIQUICAS ENTRE IDOSOS RESIDENTES EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA |
Paulo da Fonseca Valença Neto 1 Carla Camila Nascimento Gil 1 Vanessa Miranda Vitório 1 Jefferson Paixão Cardoso 1 Saulo Vasconcelos Rocha 1 Lélia Renata das Virgens Carneiro 1 |
1. Núcleo de Estudos em Saúde da População (NESP), UESB |
INTRODUÇÃO: |
O envelhecimento populacional é um fenômeno que tem sido evidenciado em todo o mundo. Diversos fatores são apontados como prováveis causas para este fenômeno tais como a queda das taxas de mortalidade e natalidade, avanços tecnológicos e facilidade de acesso à informação e serviços de saúde contribuíram para o desencadeamento desse processo de mudança da estrutura etária da população (COELHO FILHO JM, RAMOS, 1999). O declínio dos níveis de força muscular decorrente do processo de envelhecimento acarreta perdas acentuadas na independência funcional, podendo ser um fator desencadeante de morbidades psíquicas. Neste sentido, o objetivo deste estudo é verificar a associação entre força muscular e prevalência de TMC entre idosos asilares. |
METODOLOGIA: |
Realizou-se um estudo de corte transversal, de natureza descritiva, com idosos institucionalizados no município de Jequié-BA, no período de abril a maio de 2010. A população deste estudo foi constituída por 16 idosos com 60 anos ou mais, residentes em uma instituição de longa permanência. Para o procedimento de avaliação, elaborou-se um instrumento de pesquisa padronizado para coleta dos dados que foi aplicado de forma individual constituído pelos seguintes itens: a) aspectos sociodemográficos: idade, escolaridade, estado civil, e nível socioeconômico b) Self Reporting Questionare (SRQ-20) e c) avaliação da força de preensão manual (FPM). Utilizou-se para análise dos dados procedimentos da estatística descritiva: média amplitude e desvio-padrão medidas de associação para variáveis categóricas (teste qui-quadrado). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humano (CEP) da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), protocolo n. 031/2010. |
RESULTADOS: |
Com relação ao nível de força avaliado por meio do teste de dinamômetria, 93,3% apresentaram condição recomendável e 6,7% apresentaram condição não recomendável. Quando avaliado a distribuição da força segundo características sociodemograficas, os indivíduos da faixa etária mais jovem (60-79 anos), do sexo feminino, sem companheiro, alfabetizados e de raça/cor preta/parda apresentaram os maiores escores de força muscular estática. A prevalência global de TMC entre os entrevistados foi de 43,8%. Indivíduos na faixa etária mais jovem (60-79 anos), do sexo feminino, sem companheiro, não alfabetizado, de raça/cor preta/parda apresentaram maior prevalência de TMC. Ao avaliar a associação entre força muscular e TMC, foi detectado que entre os indivíduos com escores de força dentro da faixa recomendável, 42,9% apresentaram suspeita de TMC e 57,1% encontraram-se dentro da faixa de normalidade frente aos TMC. |
CONCLUSÃO: |
A população do estudo apresenta uma elevada prevalência de TMC e escores de força dentro da faixa recomendável. A proporção de indivíduos suspeitos de TMC foi maior entre os indivíduos com baixos níveis de força. Neste sentido, faz-se necessário a implementação de políticas de saúde mental do município. Essas políticas devem incluir nas suas ações, programas de atividades físicas, principalmente programas de treinamento de força demonstrando a contribuição da atividade física na saúde mental. |
Palavras-chave: Idoso, Força, Transtornos mentais comuns. |