Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia |
G. Ciências Humanas - 7. Educaçao - 18. Educação |
CIRANDA CULTURAL: REFLEXÕES TEÓRICAS SOBRE A CASA do DUCA À LUZ DOS ENSINAMENTOS DE PAULO FREIRE |
Cilene Nascimento Canda 1 Silvana Lúcia da Silva Lima 2 Alessandra Gomes 3 |
1. Professora Assistente da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. 2. Professora Adjunta da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. 3. Professora Assistente da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. |
INTRODUÇÃO: |
O texto apresenta reflexões acerca da experiência estética na vivência comunitária e reflete teoricamente as atividades do projeto de extensão Ciranda Cultural executado pelo Centro de Artes de Amargosa - Diversidade, Universidade, Cultura e Ancestralidade (CAsA do DUCA) do Centro de Formação de Professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Este visou articular as manifestações culturais do Vale do Jiquiriçá e Recôncavo da Bahia, possibilitando a interação entre suas linguagens, saberes e quefazeres em três ações: Exposição Arte da Transformação; Sarau O Canto da Palavra e o Show Entrelaçando, articulando música, poesia, pintura, fotografia, dança, capoeira, samba de roda e colaborando para a reconstrução de valores, da identidade regional, a ampliação da visão do mundo. Este artigo recupera o debate teórico sobre cultura, educação e artes enquanto práticas de emancipação e humanização de sujeitos sociais. Faz a articulação entre a teoria estudada e a prática cultural alicerçada na concepção de extensão universitária fundadas nos princípios da humanização e emancipação defendidos por Freire. O acesso às obras de artes e às manifestações da cultura popular é um papel social da universidade no que tange à formação de professores. |
METODOLOGIA: |
O estudo tem como referencial teórico-metodológico as concepções freireanas de educação com base empírica, pois reclamamos uma pedagogia que articule a teoria e prática da libertação, compreendendo que "não apenas temos história, mas fazemos a história que igualmente nos faz e que nos torna portanto históricos". (FREIRE, 2000, p. 40). Com base nas concepções críticas de cultura, o estudo parte da questão: Quais contribuições das manifestações culturais e da arte para a emancipação humana? Buscando respostas para tal problematização, o texto apresenta dois recortes reflexivos: 1. O quadro teórico-metodológico (re)definidor das ações recuperando as categorias cultura, educação libertadora e arte; 2. As representações acerca das manifestações culturais (re)construídas no projeto. Recuperar estes recortes reflexivos nos remete a Freire, ao compreender a educação “como prática da liberdade, um ato de conhecimento, uma aproximação crítica da realidade”. (FREIRE, 1980, p. 25). |
RESULTADOS: |
Os resultados apontam que a arte equipa o sujeito para compreender questões históricas, culturais, ressignifica valores, produz reflexões étnicas e éticas, colaborando com a (re)elaboração do real-complexo. A arte é fundamental na formação cultural dos sujeitos, enquanto fortalecimento das práticas educativas de caráter emancipatório. Para Boal (2009), isto aprimora a capacidade crítica na compreensão da realidade, aspecto imprescindível na formação docente. O intercâmbio cultural proporcionado pelo Projeto Ciranda Cultural, espaço-tempo do encontro, colaborou para a construção de valores e a ampliação da compreensão do mundo. Isto demonstra o papel da arte como “exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso de beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres”. (SOUZA, 2004, p. 144). Por si só, a interação cultural é pedagógica e política e o aprendizado em arte nem sempre é visível a curto tempo, mas afeta a formação do caráter, a construção dos valores e a forma de intervenção qualificada no mundo. |
CONCLUSÃO: |
O sentido da práxis pedagógica contribuiu para a ampliação do conceito de sala de aula como espaço do diálogo que aproxima estudantes, educadores e a sociedade. As ações de extensão dialogam com os saberes da comunidade, sob os princípios de humanização e emancipação, defendidos por Freire. Avigoramos o direito de acesso da população à arte, visando criar meios para a construção de uma sociedade democrática, em que a capacidade de imaginar e de criar seja um direito nas políticas culturais. |
Palavras-chave: Cultura, Arte, Educação. |