Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 5. Genética Vegetal
Vingamento de frutos de acessos de umbu-cajazeira
Elaine Silva da Cruz 1
Rogério Ritzinger 2
Walter dos Santos Soares Filho 2
Rosiane Silva Vieira 1
Liliane Santana Luquine 1
Fábio Nascimento de Jesus 1
1. 1Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - Estudante de Agronomia
2. Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical - Orientador
3. 1Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - Estudante de Agronomia
4. 1Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - Estudante de Agronomia
5. 1Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - Estudante de Agronomia
6. 1Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - Estudante de Agronomia
INTRODUÇÃO:
Nativa do semiárido nordestino brasileiro, a umbu-cajazeira ( Spondias sp.) é uma frutífera pertencente à família Anacardiaceae que se caracteriza por ser uma planta arbórea, cujos frutos têm valor comercial. Sua origem é desconhecida, apresentando características de planta xerófita, encontrada em plantios desorganizados em Estados do Nordeste.
A inflorescência é uma panícula terminal onde se encontram tanto flores masculinas (estaminadas) como hermafroditas (perfeitas), sendo a umbu-cajazeira uma planta andromonóica.
O fruto é do tipo drupa, com um caroço interno (endocarpo) e formato que varia entre redondo, ovalado e piriforme. A casca é lisa, pouco espessa e de coloração variando entre diversos tons de amarelo a verde-amarelado, estando o fruto maduro.
A caracterização de genótipos, com base em caracteres de interesse agronômico faz-se importante para o conhecimento da espécie, que ainda é explorada de forma extrativista, permitindo, assim, a seleção de variedades para uso em sistemas de produção e em trabalhos de melhoramento genético.
Este trabalho objetivou avaliar o potencial de vingamento de frutos de acessos de umbu-cajazeira conservados no Banco Ativo de Germoplasma de Fruteiras Tropicais da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical (BAG Fruteiras Tropicais).
METODOLOGIA:
Foi realizado o acompanhamento do desenvolvimento de frutos, da abertura das flores ao amadurecimento, de oito acessos de umbu-cajazeira presentes no BAG Fruteiras Tropicais.
Inicialmente 10 panículas por acesso foram identificadas com fitas numeradas, estando todas as flores abertas. Estas foram observadas durante 45 dias, contabilizando-se e registrando-se o número de frutos vingados, sendo este processo repetido a cada 15 dias, permitindo avaliar o número de frutos abortados.
Também foi estimada a quantidade de flores hermafroditas de cada acesso, mediante a seleção, aleatória, de 10 panículas novas, com mais de 50% das flores abertas, identificando-se e quantificando-se o número e posição das flores hermafroditas, com o auxílio de uma lente de aumento.
Os dados foram submetidos à análise de variância pelo programa Sisvar e as médias agrupadas pelo teste de Scott-Knott. Foi feita a correlação entre as médias das variáveis pelo programa SAS, testando sua significância pelo teste t.
RESULTADOS:
Observou-se diferenças entre os acessos avaliados no que se refere ao vingamento de frutos. O acesso Santa Bárbara destacou-se dos demais por apresentar o maior número de frutos vingados que chegaram até o amadurecimento, com uma média de 1,6 fruto por panícula, o que representa apenas 15% de perda ou abortamento em relação ao número inicial de frutos formados. Por outro lado, o acesso Ouro apresentou o menor número inicial de frutos vingados, com uma média de 0,2 fruto por panícula e a maior perda de frutos durante o período de desenvolvimento, com uma quantidade de frutos final igual a zero, representando uma taxa de 100% de abortamento, o mesmo verificando-se com o acesso Pingo de Mel.
Avaliando a quantidade de flores hermafroditas presentes nas panículas de cada um dos acessos, constatou-se que elas são as responsáveis pela formação dos frutos. Entretanto, observou-se uma baixa correlação entre o número de flores hermafroditas por panícula e o número de frutos vingados nos acessos avaliados, possivelmente devido a características genéticas inerentes aos próprios acessos.
CONCLUSÃO:
Quando analisados a formação e o desenvolvimento dos frutos, o acesso Santa Bárbara revelou-se o mais produtivo dentre os avaliados, pois, além de gerar a maior quantidade de frutos, manifestou baixa taxa de abortamento destes.
Instituição de Fomento: Embrapa - CNPMF
Palavras-chave: Spondias sp., semiárido, Anacardiaceae.