Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
G. Ciências Humanas - 7. Educaçao - 6. Educação Especial
O PRECONCEITO NA ESCOLA: AS RELAÇÕES ENTRE O MEDO E O PRECONCEITO NO COTIDIANO ESCOLAR
Nicoleta Mendes de Mattos 1
1. Profª Ms. Assistente - Depto Educação Campus XV - UNEB - Coordenadora
INTRODUÇÃO:
Esta pesquisa de doutorado é desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, e tem como objetivo refletir sobre as relações entre o medo e o preconceito presentes nas práticas educacionais que se desenvolvem sob o paradigma da inclusão educacional, e de como estes vem sendo articulados e se expressam nas relações entre os diversos atores da escola, e de que forma a sua explicitação intervém, ou não, na mudança de atitudes preconceituosas, considerando-os, o medo e o preconceito, como elementos constitutivos do projeto de educação inclusiva.
METODOLOGIA:
Tem como referência teórica os estudos de Adorno, Crochik, Heller e Delumeau para a discussão sobre o preconceito e o medo e de autores que problematizam a questão da diferença e do processo de inclusão educacional. A pesquisa, descritivo-explicativa, é desenvolvida em doze escolas regulares na cidade de Valença – BA e centra-se na identificação e compreensão das articulações possíveis entre as histórias vividas e as manifestações de situações de preconceito vivenciadas pelos seguintes sujeitos: professores, alunos com deficiência, alunos sem deficiência, pais. Tem como método de análise a Análise de Conteúdo (Bardin, 1977) e como objeto de análise os conteúdos dos depoimentos dos sujeitos, a partir de entrevistas semi-estruturadas, dos quais irão emergir categorias que permitam o desvelamento dessas situações.
RESULTADOS:
Os estudos iniciais indicam que a experiência do medo é vivenciada como dissociada do preconceito, uma vez que esse é sempre identificado como uma manifestação do outro. Teóricos como Heller (2000), Amaral (1995), Adorno (1995), Crochik (2005, 2006), ao estudarem sobre o preconceito, indicam a existência da emoção medo na base das manifestações preconceituosas, destacando a necessidade de se compreender a base subjetiva das atitudes preconceituosas. Adorno (1995), inclusive, aprofunda os estudos sobre esta relação, chamando a atenção para a forma como que a sociedade moderna não enfrenta seus medos, impedindo sua elaboração. Ele acredita que lidando com o medo é que poderemos lidar com o preconceito. Nesse sentido, a literatura pesquisada aponta para a necessidade de aprofundar o estudo dessas relações, entendendo o medo, enquanto emoção base da atitude preconceituosa, como categoria de análise.
CONCLUSÃO:
Entendemos que ao investigar sobre a presença do preconceito na escola e sua relação com o medo poderemos efetivamente defender o projeto de educação inclusiva, entendido aqui como um campo composto por vários elementos, tais como: a escola, a clientela – o aluno, o espaço institucional, a família, o espaço cultural, o professor, as novas metodologias, enfim, múltiplos componentes, nem sempre explícitos, que se articulam de diversas formas.
Palavras-chave: Inclusão educacional, Preconceito, Medo.