Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia
Isolamento de microrganismos produtores de Ciclodextrina- Glicosil- Transferase (ß-CGTase) do meio ambiente
Eliane de Souza Silva 1
Tiago Santos Freitas 1
Márcia Luciana Cazetta 2
1. UFRB
2. UFRB
3. Profª Dr.UFRB
INTRODUÇÃO:
A ciclodextrina-glicosil-transferase é uma enzima microbiana capaz de converter o amido em ciclodextrinas. As ciclodextrinas (CDs) são oligossacarídeos cíclicos não redutores compostos principalmente por 6, 7 e 8 unidades de glicose, as quais são denominadas de α, ß e y - CDs, respectivamente. Elas apresentam uma cavidade interna hidrofóbica e a região externa hidrofílica. Tal característica favorece sua interação com uma variedade de substâncias, proporcionando o aumento de sua aplicação em diversas indústrias (ALLEGRE; 1994; BENDER, 1986; SZEJTLI, 1997 apud MAZZONI et al., 2000).
Dentre as ciclodextrinas citadas, a β-CGTase é mais destacada devido à facilidade de obtenção industrial e o baixo custo de produção em relação as demais. Atualmente são citadas mais de 15 espécies de bactérias que produzem a CGTase e grande parte delas podem ser classificada em dois grandes grupos: 1) α-CGTase a qual é produtora de α-CD, e 2) β-CGTase, cuja função direciona-se inicialmente para formação de β-CD.
Como o amido é o principal substrato para produção de β-CGTase, o objetivo deste trabalho foi isolar microrganismos produtores desta enzima a partir de água de manipueira de casa de farinha e de solo de cultura de mandioca adubado com água de manipueira.
METODOLOGIA:
Isolamento dos microrganismos (Segundo Cucolo et al., 2002 modificado):
Amostras de solo e de água de manipueira foram obtidos em casa de farinha no Município de Cruz das Almas/BA. Da amostra de solo foram pesadas 5g e transferidas para Erlenmeyer contendo 50ml de solução salina (0,85%) estéril.
De ambas as amostras foram retirados 1ml e transferido para tubos de ensaio contendo 9ml de salina estéril e realizou-se a diluição seriada até 10‾5. Em seguida, 0,1ml de cada diluição foi transferido para placas de Petri, contendo meio seletivo composto de (g/L): amido 10, peptona 5, extrato de levedura 5, K2HPO4 1, MgSO4.7H2O 0,2 , Na2CO3 10, fenolftaléina 0,3 e ágar 15, de acordo com Park et al., 1989. As placas foram incubadas por até 7 dias sob temperaturas de 35ºC e 45°C.
RESULTADOS:
Tanto da amostra do solo, quanto da água de manipueira, foi possível isolar várias colônias consideradas produtoras de ß-CGTase ou CGTase positivas, pois apresentaram zona de hidrólise no ágar. Porém, as placas com amostra da água de manipueira que foram mantidas sob 45°C, não apresentaram crescimento microbiano. Entretanto, das amostras do solo submetidas a crescimento sob 45°C, foi possível isolar 6 colônias ß-CGTase positivas.
Das placas crescendo a 37ºC foram isoladas colônias ß-CGTase positivas tanto da água de manipueira quanto do solo. Sendo que, da amostra da água de manipueira obtivemos 7 colônias ß-CGTase positivas. Enquanto da amostra do solo houve crescimento de 4 colônias produtoras da enzima em estudo.
Foram consideradas melhores produtoras de ß-CGTase, as colônias que apresentaram o menor tamanho, em diâmetro, e o maior diâmetro do halo de hidrólise.
Sendo assim, em ambas as amostras foram selecionadas as melhores colônias produtoras de β-CGTase. Estas foram então transferidas para placas de Petri, contendo meio seletivo, sendo mantidas por cerca de sete dias sob as respectivas temperaturas de crescimento, 37°C e 45°C.


CONCLUSÃO:
Foi possível isolar microrganismos produtores de β-CGTase do solo de cultura mandioca e de água de manipueira, mostrando-se boas fontes de microrganismos produtores destas enzimas.
Palavras-chave: água de manipueira, solo, β-CGTase e microrganismos.