Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 8. Comunicação |
O TRAJE DE BECA DA IRMANDADE DA BOA MORTE: SÍMBOLO IDENTITÁRIO E DE COMUNICAÇÃO DE VALORES SÓCIO-CULTURAIS |
Joseane Vitena dos Santos 1 Renata Pitombo Cidreira 2 |
1. Estudante de Jornalismo da UFRB - CAHL/ Bolsista PIBIC - Fapesb 2. Profª. Dra. da UFRB - CAHL - Curso de Jornalismo |
INTRODUÇÃO: |
Instigado em perceber o jogo que se desenrola entre a indumentária e o corpo, bem como entre esse corpo vestido e a cultura vigente, a pesquisa concentra seu estudo no universo do vestuário, compreendido enquanto mídia, comprometido, assim, com o debate em torno da construção da aparência. Parte-se da hipótese de que há uma mudança de enfoque significativa no que diz respeito ao universo da moda, cujo enigma não mais seria desvendado apenas a partir do esquema da distinção social – viés predileto dos sociólogos e antropólogos – mas sim através de uma dinâmica estruturada a partir de um processo simbólico calcado na lógica do jogo e da fantasia, tão bem fomentada pela rede comunicacional contemporânea. É a partir dessa perspectiva que se intenta observar, documentar e compreender a dimensão simbólica das vestes da Irmandade da Boa Morte, entendendo a roupa, em especial o traje de beca utilizado pelas mulheres da Irmandade da Boa Morte, como objeto cultural que abrange história, emoção e comunicação de valores, analisando a diversidade na formação da cultura brasileira ou afro-brasileira presente na sincrética confraria religiosa, que mantêm suas tradições em rituais públicos e privados. |
METODOLOGIA: |
Leitura, fichamento e discussão, constituindo, assim, um manancial teórico que auxiliou na compreensão da complexa relação do homem com seu corpo, bem como do corpo individual com o corpo coletivo, e em última instância, do corpo vestido da Irmandade da Boa Morte. Também foi utilizado o método da entrevista orientada (focalização da atenção sobre uma experiência dada e os seus efeitos, antecipando alguns tópicos ou informações que se deseja obter com a entrevista) como recurso para a obtenção de informações e também para proporcionar uma maior proximidade com as irmãs; Técnicas da prática fotográfica obtida na disciplina de Fotojornalismo. Em todo o processo, foi privilegiada a escolha de ângulos e enquadramentos que focalizavam expressões, detalhes, adornos e adereços. Para a exposição das fotos que foram expostas, as imagens passaram por um processo de edição, ampliação, revelação e emolduração. Sendo a edição feita pela própria pesquisadora, com auxílio da orientadora. |
RESULTADOS: |
Habilidade e apreensão da técnica para o registro fotográfico, bem como sensibilidade do olhar para captar os melhores momentos e ângulos; Compreensão do trabalho de produção para execução da exposição fotográfica; Desenvoltura na organização da Exposição Vestes da Boa Morte; Capacidade de leitura, fichamento e discussão de textos dirigidos a pesquisa e no Grupo Corpo e Cultura; Habilidade na produção de artigos; Habilidade na apresentação de artigo em eventos acadêmicos. Desenvoltura e competência na aplicação de entrevistas; Produção de dois artigos; Produção de entrevistas; Registro fotográfico; Produção de releases de divulgação da exposição; Montagem da exposição em três locais diferentes. |
CONCLUSÃO: |
Acredita-se que foi possível aprofundar a pesquisa sobre a Irmandade da Boa Morte, sua cultura, tradição e simbologia através, sobretudo, da compreensão das suas vestes. Tal pesquisa traz uma grande contribuição ao cenário científico, na medida em que existem pouquíssimas produções nesta área, o que permitirá maior visibilidade da Irmandade, preservação e documentação de algumas de suas tradições, bem como um registro histórico desse patrimônio cultural sediado na cidade de Cachoeira. |
Instituição de Fomento: Fapesb |
Palavras-chave: Indumentária, Identidade, Cultura. |