Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 2. Nutriçao e Alimentaçao Animal
Peculiaridades da carcaça e componentes não-carcaça de cordeiros suplementados com Sal forrageiro de Gliricidia sepium (Jacq.) Walq1
Clodoaldo Mascarenhas Macedo Junior 01
Luís Gabriel Alves Cirne 02
Paulo Andrade de Oliveira 02
Isack Nunes Ferreira 04
Soraya Maria Palma Luz Jaeger 03
Gabriel Jorge Carneiro de Oliveira 03
1. Graduando em Zootecnia UFRB
2. Mestrando do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal da UFRB
3. Professor(a) da UFRB/CCAB
4. Graduando do curso de Agronômia UFRB
INTRODUÇÃO:
É fato que o atual cenário da ovinocultura nacional, aliado às exigências do mercado consumidor, está direcionado para a intensificação da produção e aumento em termos quantitativos e qualitativos de carcaças ovinas. No Nordeste brasileiro, é comum a utilização de vísceras (rúmen, retículo, omaso, abomaso e intestino delgado) e alguns órgãos (pulmões, coração, fígado, baço, rins e língua), além de outros componentes sangue, omento, diafragma, cabeça e patas para a elaboração de pratos tradicionais como o sarapatel e a "buchada". Esses itens passam por uma limpeza e lavagem, são pré-cozidos, resfriados e comercializados. Com a intensificação da produção de carcaças, obviamente, serão incrementadas as quantidades dos componentes não-carcaça, que deverão receber um destino adequado pela indústria da carne ovina ou por outros segmentos da cadeia produtiva. Por outro lado, quantidades significativas de componentes não-carcaça podem ser aproveitadas para o consumo humano em pratos típicos da culinária regional, como alguns órgãos e vísceras.
METODOLOGIA:
O experimento realizado na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, utilizando 25 cordeiros, mestiços da raça Santa inês, confinados em baias individuais de 1m2, com comedouro, saleiro e bebedouro. Com duração de 74 dias, sendo 14 dias de adaptação e 60 dias de coleta dados. As dietas foram compostas de feno de Tifton-85, sal forrageiro de Gliricidia sepium ou sal mineral e água à vontade. Os tratamentos constituídos de zero (100% de NaCl), 99, 97, 95 e 93% de gliricidia (1, 3, 5 e 7% de NaCl na formulação do sal forrageiro). Os parâmetros avaliados foram peso vivo ao abate em jejum (PVAJ), peso da carcaça quente (PCQ), rendimento de carcaça quente (RCQ), peso de vísceras brancas (PVB) e vermelhas (PVV). O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com cinco tratamentos e cinco repetições. Os dados foram analisados utilizando-se o programa estatístico SAS para as análises de variância, regressão e comparação de médias pelo teste de Dunnet ao nível de 5%.
RESULTADOS:
Os níveis de gliricidia utilizados na confecção do sal forrageiro de gliricidia não promoveram diferença (P>0,05) para o PVAJ, PCQ, RCQ, PVB e PVV. O resultado do RCQ está dentro de valores propostos por Osório (1992), onde variam entre 30,4 e 60,8%. Gonçalves (2007) observou PVAJ e RCQ com valores médios de 25,39 kg e 35,73%, respectivamente, para animais suplementados com sal forrageiro de leucena, parte aérea de mandioca, feijão-bravo e barriguda. Fernandes et al. (2008) estudando as características de carcaças e componentes não-carcaça sobre o peso vivo de cordeiros terminados em pasto e confinamento notaram valores médios no PVB e PVV de 2,83 e 2,78; 1,69 e 1,53 kg, para animais em pastagem e confinamento, respectivamente. No entanto, no mesmo experimento, o PVAJ médio dos cordeiros a pasto e confinamento foi de 30,91 e 31,77 kg, respectivamente. Xenofonte et al. (2009) observando características de carcaça de ovinos em crescimento, verificaram PVAJ variando entre 29,58 e 18,64 kg, PCQ entre 14,76 e 7,76 kg e RCQ de 49,84 a 41,24%.
CONCLUSÃO:
Os níveis de inclusão de Gliricidia sepium na confecção de sal forrageiro de gliricidia não interferiram nas características de carcaça e não-carcaça de cordeiros.
Instituição de Fomento: Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Palavras-chave: Ovinocultura, Gliricidia, Forrageiro.