Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
MANEJO E USO DE PLANTAS MEDICINAIS NA COMUNIDADE RURAL “SAPUCAIA”, SANTO ANTÔNIO DE JESUS - BA INTEGRANTE DO PROGRAMA “ERVAS” (CCAAB/UFRB)
Diogo Mendes da Silva 1
Valter Cruz Magalhães 1
Thayane Pereira Macedo 1
Alexandre A. Almassy Jr 2
Franceli da Silva. 2
1. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
2. Prof. Dr - Centro de Ciências Agrárias Ambientais e Biológicas - UFRB
INTRODUÇÃO:
A etnobotânica constitui um dos primeiros passos para a preservação das informações ligadas ao conhecimento tradicional sobre a utilização das diversas espécies medicinais. O conhecimento tradicional sobre o uso destas plantas é vasto, e em muitos casos, é o recurso mais acessível de uma população rural. Cada vez mais torna-se indispensável o reconhecimento da importância que a utilização dos ambientes naturais por comunidades tradicionais e nativas pode fornecer subsídios para estratégias de manejo e exploração que sejam sustentáveis a longo prazo como também à preservação ambiental e manutenção das espécies utilizadas por esta comunidade. O objetivo do trabalho foi catalogar as espécies vegetais medicinais, seu uso e formas de manejo mais utilizados na comunidade rural Sapucaia, no município de Santo Antônio de Jesus no Recôncavo da Bahia
METODOLOGIA:
A coleta de plantas procedeu-se concomitantemente à realização de entrevistas semiestruturadas, fazendo uso de um guia de entrevista que continha tópicos pré-definidos, permitindo que novas questões fossem originadas ao longo do diálogo
O material botânico coletado e herborizado foi identificado segundo métodos usuais de taxonomia, com base em caracteres morfológicos florais, bibliografia especializada, chaves analíticas e utilizando-se, quando possível, exemplares para comparação. As exsicatas foram incorporadas ao acervo do herbário didático da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e anexada uma ficha contendo nome popular, hábito de crescimento, cor, fruto, aroma, dentre outras informações.
RESULTADOS:
O trabalho registrou no total 39 espécies vegetais distribuídas em 18 famílias e 30 gêneros. As três famílias mais representativas foram Lamiaceae, Asteraceae e Amaranthaceae, com maiores citações na Amaranthaceae o anador ( Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze) indicado para dor de cabeça, na Lamiaceae o kioiô ( Ocimum gratissimum L.) indicado para inflamações e gripe e na Asteraceae o espinho de agulha ( Bidens pilosa L.) sendo indicado para infecções urinárias e problemas hepáticos, sendo todos preparados por meio de infusão e parte utilizada flor ou folha. Os métodos de manejo encontrados não tiveram grande variação entre os entrevistados sendo, o mais comum cercas contra animais e adubação com exterco de animais criados na propriedade.
CONCLUSÃO:
A maioria das espécies citadas pelos informantes encontrava-se cultivada nos quintais e nas hortas dos mesmos, algumas das espécies coletadas na área estudada ocorriam de forma espontânea, o que pode indicar um alto grau de adaptabilidade das mesmas ao habitat em que se encontram, pode-se afirmar que a comunidade possui vasto conhecimento empírico quanto ao uso das plantas medicinais mais encontra alguma deficiência de conhecimento quanto ao modo de manejá-las.
Instituição de Fomento: FAPESB
Palavras-chave: Plantas Medicinais, Conhecimento Tradicional, Etnobotânica.