Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia

G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 12. Psicologia

TEATRO, ARTE E EDUCAÇÃO COM ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA MENTAL

Jamille Maria de Araújo Figueiredo 1 Francine Bom Conselho Peixoto Pereira 1 Jaqueline Pacheco dos Santos Araujo 1 Josineide Vieira Alves 2

1. Graduandas em Psicologia- UFRB 2. Prof. Drª- UFRB- orientadora

INTRODUÇÃO:

Os processos de aprendizagem que estão imbricados ao desenvolvimento de um indivíduo só irão ocorrer efetivamente a partir das interações sociais, e sobretudo, no caso das pessoas com deficiência mental, a qualidade dessas interações irá influenciar no quanto esta condição poderá comprometer a vida deste sujeito ou não. Assim, torna-se necessário buscar modos de se trabalhar com as pessoas com deficiências que auxiliem na expressão de suas potencialidades, muitas vezes não reconhecidas pelas formas convencionais de se lidar com essas pessoas, pautadas, em geral, na sua infantilização, superproteção ou discriminação. Nesse sentido, as artes podem ser um dispositivo interessante para estimular o aparecimento de potencialidades ocultas destes indivíduos, na medida em que permitem o desenvolvimento da sua imaginação, criatividade, dentre outras habilidades. O presente trabalho teve como objetivo, portanto, possibilitar a estudantes com deficiência mental, por meio da realização de uma oficina de teatro, a expressão de sua criatividade e de suas potencialidades no contexto em que estavam inseridos.

METODOLOGIA:

A oficina foi realizada com um grupo de seis pessoas (adolescentes e adultos). Foram realizados dez encontros semanais, na sala de aula dos participantes, com cerca de duas horas de duração cada. Além de um encontro, no qual foi apresentado um espetáculo teatral. Nestes encontros, aconteceram os ensaios para a peça de teatro, atividades lúdicas, além de discussões sobre o cotidiano dos alunos e de temas que estavam relacionados à história utilizada como roteiro da peça de teatro e que mantinham relação com suas vidas cotidianas, a exemplo de amizade, do ser diferente e do lidar com a diferença do outro.

RESULTADOS:

Desde o primeiro encontro notou-se que os estudantes puderam, a partir das atividades propostas, ocupar o lugar de capazes, diferente do que ocorria cotidianamente na escola, de modo que passaram a ensinar os conteúdos que lhes foram apresentados sobre o roteiro da peça teatral para os colegas, mostraram as suas habilidades com informática que até então a sua professora desconhecia, e principalmente, demonstraram um grande potencial para a dança, na medida em que criaram coreografias e as reproduziram nos encontros.

CONCLUSÃO:

Conclui-se que a oficina de teatro enquanto dispositivo possibilitou a troca de experiências entre os estudantes, bem como a expressão de suas potencialidades, que poderiam não ser conhecidas no contexto escolar; e permitiu que ocupassem lugares diferenciados daqueles cristalizados na sociedade, que evidenciam as suas limitações ou incapacidades. Na experiência realizada ficaram explícitas as diversas capacidades, habilidades e possibilidades de desenvolvimento e aprendizagem destes indivíduos.

Palavras-chave: teatro , educação, deficiência mental.