Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia

A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 7. Química Orgânica

Estudo Etnobotânico e Etnofarmacológico de Plantas Medicinais em Amargosa

Leonardo Cerqueira Ribeiro 1 Aluísio Marques da Fonseca 1 José Gilberto da Silva 1 Fabiana Rodrigues dos Santos 1 Regilany Paulo Colares 2

1. Graduando curso de Licenciatura em Física -UFRB/CFP- Aluísio Marques 2. Prof. Dr. - Departamento de Química - UFRB/CFP 3. Prof. Dr. - Departamento de Química - UFRB/CFP 4. Profossora Dr. - Departamento de Química - UFRB/CFP 5. Professora. Dr. - Pesquisador - UFC

INTRODUÇÃO:

O comércio e o uso de plantas medicinais são bastante conhecidos em diferentes países do globo. Apesar da expansão significativa desse tipo de comércio desde muito tempo, o tema ainda é pouco discutido e pesquisado pelo meio científico. Esta comercialização se deve à sabedoria popular que passa de geração para geração, sendo mais intensa em populações interioranas e rurais. O presente trabalho consiste num levantamento das plantas medicinais mais comercializadas por raizeiros e vendedores no município de Amargosa, Bahia. Este levantamento foi realizado por meio de entrevistas, visando assim coletar o máximo de dados possíveis sobre as plantas comercializadas, como sobre o seu uso, nome popular e logo em seguida estudo e comparação com a literatura. A análise dos dados coletados revelou que 76 espécies foram citadas e destas, o alecrim (Rosmarinus officinalis), artemigem (Artemisia vulgaris) e angélica (Archangelica officinalis) são as espécies que tem um maior fluxo de venda, deste modo foram as escolhidas para as análises químicas.

METODOLOGIA:

Para iniciar o projeto utilizou-se como fonte de pesquisa: periódicos, revistas especializadas e livros relacionados ao tema. Posteriormente, apresentou-se seminários pelo Coordenador do projeto, esclarecendo as técnicas realizadas para as atividades do projeto como: a extração dos óleos e testes químicos (antioxidante). Após o estudo dos artigos científicos relacionados à extração de óleos essenciais, pela metodologia quantitativa, confeccionaram-se os questionários: socioeconômico, questionário etnobotânico e etnofarmacológico. Com o conhecimento das plantas que até o presente momento são comercializadas na cidade de Amargosa, procurou-se informações da literatura a respeito destas referidas plantas. Por fim, realizou-se a extrações de óleo essencial através da utilização de um material artesanal, para que fosse possível ser realizado um ensaio antioxidante pelo método do radical livre DPPH e por titulação com tintura de iodo com resultados bastante satisfatórios.

RESULTADOS:

Foram aplicados dois questionários aos vendedores: o sócio-econômico e o etnobotânico/etnofarmacológico. Foi observado que a maioria deles não chegou a concluir o ensino médio. Os pontos de venda foram tanto em locais fixos como por meio de venda ambulante. Foi observado também, que a grande maioria reside na zona urbana. Em relação ao impacto da venda das plantas no orçamento familiar, a maioria dos vendedores que participaram da pesquisa afirmou que a venda de plantas medicinais não é a única fonte de renda, com exceção de um vendedor, que possui como única fonte de renda do seu orçamento familiar o comércio de plantas medicinais. Em relação ao conhecimento obtido desses comerciantes, totalizou em 100% como adquirido pelos seus antepassados. Com relação à renda com venda das plantas foi observado que a renda obtida por maioria dos vendedores com venda de plantas medicinais, é menor do que um salário mínimo. De acordo com o ensaio antioxidante, os extrato etanólicos das plantas apresentaram moderada atividade, comparado aos padrões positivos trolox (IC50 0,008 µg/µL) e BHT (IC50 0,007 µg/µL), como podemos verificar na Artemisia vulgaris (IC50 0,5 µg/µL), Archangelica officinalis (IC50 0,2 µg/µL) e Rosmarinus officinalis (IC50 0,6 µg/µL).

CONCLUSÃO:

Pode-se verificar que os conhecimentos a respeito da utilização e benefícios da fitoterapia não estão realmente esclarecidos pelos vendedores. Em relação aos testes antioxidantes realizados nos extratos das plantas estudadas (Rosmarinus officinalis, Artemisia vulgaris, Hyptis suaveolens e Archangelica officinalis) demonstraram certa atividade, porém é preciso realizar mais estudos fitoquímicos de uma maneira geral.

Instituição de Fomento: Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - Centro de Formação de Professores

Palavras-chave: etnobotânica, óleo essencial, fitoquímica.