Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
Propagação in vitro em espécies de Bromeliaceae.
Moema Angélica Chaves da Rocha 1
Maria Angélica Pereira de C. Costa 1
Fábio Ribeiro Garcia 1
Érika Ribeiro de Souza 1
Lucimário Pereira Bastos 2
1. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia-UFRB
2. Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola-EBDA
INTRODUÇÃO:
A comercialização de bromélias se dá, prioritariamente, por seu uso ornamental, constituindo-se em atividade fortemente extrativista. A falta de um sistema de produção, aliada ao comércio dessas plantas, leva agricultores de baixa renda a comercializar espécies da família Bromeliaceae, ampliando desta forma a pressão extrativista, e colocando várias espécies na condição de ameaçada.
A produção de mudas para atender ao mercado seria uma estratégia para reduzir o extrativismo predatório, além de regularizar essa cadeia produtiva e garantir a demanda. Entretanto, a propagação das bromélias é lenta, e geralmente após a floração, apenas uma muda é produzida por planta.
Em vista disso, a cultura de tecidos, com suas inúmeras técnicas, pode ser uma alternativa na solução desse problema, visto que a propagação in vitro permite a produção de um elevado número de mudas em curto tempo e espaço significativamente reduzido.
Objetivo do trabalho desse foi estudar o efeito da benzilaminopurina (BAP) na produção de mudas in vitro de de Aechmea bromeliifolia (Rudge) Baker var. bromeliifolia, Aechmea distichantha Lem. var. distichantha, Aechmea multiflora L.B.Sm e Hohenbergia catingae Ule var. catingae.
METODOLOGIA:
Segmentos do talo, de plântulas germinadas in vitroforam incubados em meio de cultura MS suplementado com 30 g L-1 de sacarose, 2 g L-1 de Phytagel®, 0,18 μM L-1 de ácido naftalenoacético (ANA) e 0,00; 8,87; 17,74; 26,63 μM L-1 de benzilaminopurina (BAP). Foram realizados cinco subcultivos em intervalos de 45 dias, totalizando 225 dias de cultivo. Foi avaliado o número de brotos por explante. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em esquema fatorial de 4 X 4 (quatro espécies X quatro concentrações de BAP). A unidade experimental constituiu-se de 4 explante por frasco. Foi realizada a análise de variância e análise de regressão. Para a comparação de médias foi empregado o teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando o programa estatístico SAS - Statistical Analysis System.
RESULTADOS:
O número de brotos emitidos, a partir de segmentos do talo, independente da espécie, foi influenciado pelas doses do regulador vegetal BAP. Verifica-se que a concentração de 8,88 μM L-1 proporcionou os melhores resultados com a formação de 8,81 brotações por explante, aos 255 dias de cultivo, a partir da qual houve diminuição na emissão do número de brotações. A dose de 26,63 μM L-1comprometeu significativamente a morfogênese e proporcionou a necrose dos explantes, sugerindo efeito fitotóxico. Dentre as espécies observa-se que a Aechmea distichantha apresenta maior capacidade responsiva, seguida da Aechmea bromeliifolia. A Aechmea multiflora e Hohenbergia catingae, são as que apresentam os menores resultados. No período dos subcultivos observou-se um incremento no número de brotações até o quarto subcultivo, nas espécies estudadas. Verificou-se que a Aechmea distichantha apresentou o maior número de brotações por explante ao longo dos subcultivos realizados em relação às demais espécies.
CONCLUSÃO:
Segmentos de talos cultivados na presença de 8,88 μM L-1 de BAP apresentam maior produção de brotos para todas as espécies estudadas;
A Aechmea distichantha se destacou por apresentar maior produção de brotações por explante ao longo de cinco subcultivos;
O tratamento que levou 26,63 μM L-1 de BAP favoreceu a necrose nos explantes;
Este protocolo de micropropagação é viável para a produção de mudas in vitro nas espécies estudadas.
Instituição de Fomento: FAPESB
Palavras-chave: Multiplicação, BAP , ornamentais.