Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
Avaliação da mistura de variedades resistentes e suscetíveis no manejo do mal-de-Sigatoka da bananeira.
Melo, R.C. C. 1
Santos, B. G. F. 2
Cordeiro, Z. J. M. 3
1. Graduanda do curso Ciências Biológicas - UFRB / Bolsista CNPq
2. Graduanda do curso Ciências Biológicas - UFRB / Bolsista Fapesb
3. Doutor Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical - CNPMF
INTRODUÇÃO:
O Brasil é o terceiro produtor mundial de banana, produzindo cerca de 7 milhões de toneladas anuais, atrás apenas do Equador e da Índia. A área cultivada é cerca de 500 mil hectares, em grande parte, proveniente da agricultura familiar. Uma atividade que desempenha importante papel social, gerando empregos e fixando o homem no campo. A bananeira e seus frutos são afetados por diversas doenças causadas por fungos, vírus e bactérias dentre as quais se destaca a Sigatoka-amarela, causada por Mycosphaerella musicola (fase sexuada) / Pseudocercospora musae (fase assexuada). Os prejuízos são resultantes da morte precoce das folhas e do conseqüente enfraquecimento da planta refletindo diretamente na produção, necessitando, portanto, de ações de controle para garantir boa produtividade e qualidade de frutos. Com a crescente preocupação com a produção ambientalmente correta e sustentável, a produção orgânica vem, ganhando importância no sistema produtivo dada a sua capacidade de causar o mínimo de interferência nos ecossistemas, além de ser uma das alternativas para viabilizar a pequena propriedade. O objetivo desse trabalho é definir a proporção ideal entre variedades resistentes e suscetíveis, que ofereça o melhor controle da Sigatoka-amarela nas variedades suscetíveis.
METODOLOGIA:
O trabalho está sendo realizado no campo experimental da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, tendo sido implantado em agosto de 2009, colhendo-se os dados até julho de 2010. Estão sendo utilizadas no experimento duas variedades de banana: Tropical (resistente à Sigatoka-amarela) e Prata Anã (suscetível à Sigatoka-amarela). O trabalho foi implantado em seis parcelas de 30 plantas, distribuídas ao acaso em seis tratamentos com diferentes proporções entre as plantas utilizadas, possuindo bordadura simples e 12 plantas úteis por parcela, cada uma representando um tratamento. O plantio foi feito em fileiras simples de 3,0m x 2,0m e covas de 40 x 40 x 40 cm, ocupando uma área de 3060m². Foram coletados dados referentes ao crescimento das plantas – altura, número de folhas e; em relação à doença, mediu-se a severidade da doença, utilizando-se a escala descritiva proposta por Stover (1971), modificada por Gauhl (1994).
RESULTADOS:
Entre as cultivares, houve variação no número de folhas de plantas da mesma variedade, porém, diferindo significativamente entre plantas das duas variedades. As plantas da variedade Prata Anã apresentam maior enfolhamento do que a Tropical e, a variedade Tropical demonstrou tendência de maior crescimento. Com relação ao índice de doença, houve variações nos diferentes tratamentos, influenciados pela umidade, ocorrendo queda no índice de novembro/2009 a fevereiro/2010, voltando a subir a partir de março/2010. O efeito da mistura das variedades começa a ser observado a partir da quarta avaliação (fev/2010), ocasião em que o crescimento da doença torna-se evidente. Como esperado, o maior índice de doença (ID) foi observado no tratamento com plantas suscetíveis, mantendo-se até a última avaliação, fase em que o bananal começou a apresentar maior fechamento, com muitas plantas já emitindo cachos, acentuando, por conseguinte, as diferenças entre os tratamentos. As diferenças na severidade da doença entre os tratamentos, mostra que, naqueles em que a proporção de plantas resistentes é maior que as suscetíveis, a severidade da doença encontra-se menor indicando o efeito positivo dos tratamentos no controle natural da Sigatoka-amarela da bananeira.
CONCLUSÃO:
Os resultados ainda não permitem definir a melhor proporção entre variedades resistentes e suscetíveis, capaz de reduzir a doença na variedade suscetível, porém o efeito diferencial entre os tratamentos já pode ser visualizado, conforme o índice de doença, o que ressalta a importância da continuação do trabalho para alcançar a proporção ideal para o controle natural da Sigatoka-amarela da bananeira.
Instituição de Fomento: CNPq
Palavras-chave: Mycosphaerella musicola, Controle, Fitopatologia.