Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
Tolerância de variedades de mamão (Carica papaya L.) à salinidade
Naiara Célida dos Santos de Souza 1
Jailson Lopes Cruz 2
Yuri Caires Ramos 1
Simara Lobo de Melo 3
1. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – Graduando em Agronomia
2. Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical – Pesquisador orientador
3. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia–Graduando em Eng.sanitaria e ambient
INTRODUÇÃO:
Nos Estados da Bahia e do Espírito Santo, principais regiões produtoras de mamão do Brasil, essa cultura está concentrada no ecossistema dos Tabuleiros Costeiros, onde são registradas, em alguns meses, precipitações inferiores à demanda. Assim, para que o mamoeiro alcance altas produtividades, o emprego de irrigações suplementares constitui-se em uma prática importante e imprescindível. Porém, um problema que se tem verificado nessas regiões é a qualidade da água dos poços, açudes e rios, que nem sempre é adequada ao crescimento normal das plantas, em razão, principalmente, da relativa alta concentração de sais. Em geral, a inibição do crescimento das plantas sob condições salinas é conseqüência de seus efeitos osmóticos, que pode induzir condições de estresse hídrico à planta e, ou, de efeitos dos íons Na+ e Cl-, que podem acarretar toxidez direta e desordens nutricionais (Munns, 2002). Apesar da importância desse problema, aspectos relacionados à sensibilidade do mamoeiro ao estresse salino não tem sido merecedores de estudos. Assim, o presente trabalho objetiva avaliar a resposta diferencial de variedades de mamoeiro à salinidade.
METODOLOGIA:
O trabalho foi desenvolvido em casa de vegetação da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. Foram avaliadas as variedades Sunrise Solo , BS e Golden. As sementes foram colocadas para germinar em vasos plasticos de 2,2 dm3. Usou-se o delineamento inteiramente casualizado, com dois tratamentos salinos (concentrações de NaCl) e sete repetições. Os tratamentos salinos foram aplicados pela adição de NaCl à solução de crescimento, para a obtenção das concentrações finais de 0 e 100 mmol L-1 de NaCl (condutividades elétricas de 1,1 e 6,5 dS m-1). No encerramento do experimento, que ocorreu 50 dias após o início da imposição do estresse, e quando as plântulas estiveram com 65 dias após a semeadura, foram avaliados a altura das plantas e o número de folhas. Após esses procedimentos, as plantas foram retiradas do substrato e divididas em raiz, caule + pecíolo e folhas e colocadas para secar a 75 ºC em estufa com circulação forçada de ar, até peso constante.
RESULTADOS:
A altura das plantas das variedades Golden e Sunrise (SS) foram reduzidas pela aplicação de 100Mm de NaCL em 15% e 25,5%, respectivamente. Já o número de folhas não diferiu estaticamente entre os tratamentos aplicados. Esses resultados indicam que a altura foi uma característica mais sensível ao efeito da salinidade do que a emissão de folhas. A avaliação do efeito da salinidade sobre a área foliar mostra reduções de 41% para a variedade BS, de 48% para a Golden e 56% para a SS. Essa reduções não foram conseqüência do menor número de folhas, mas do tamanho médio de cada folha. Observou-se que a variação no peso da matéria seca total foi bastante significativa, sendo a variedade SS a mais afetada. O desmembramento da massa seca das plantas em raízes, folhas e caule+pecíolo evidenciou que a massa seca das raízes sofreu as maiores reduções, em todos as variedades. Essa redução no crescimento do sistema radicular pode ser vantajoso, porque pode reduzir a absorção dos íons Na+ e Cl-, que são tóxicos. Para a relação raiz:parte a variedade SS apresentou redução de apenas 36%, enquanto a BS apresentou redução de 55%. Isso significa que a variedade BS alterou o particionamento da massa seca em favor das folhas e não das raízes, o que pode, como mencionado, ser um aspecto positivo.
CONCLUSÃO:
A área foliar e as massas secas das folhas e das raízes foram as características mais afetadas pela salinidade.
Dentre as variedades estudadas a Sunrise Solo revelou-se como a mais sensível ao efeito da salinidade
Instituição de Fomento: Fapesb
Palavras-chave: sunrisse, bs, golden.