Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE ACESSOS DE MANDIOCA CULTIVADA E SILVESTRE
Camila Sampaio de Jesus 1
Larissa da Silva Santos 1
Thaís Ferreira Santos Conceição 1
Adriele Brito Ribeiro 1
Lívia de Jesus Vieira 2
Cláudia Fortes Ferreira 3
1. Bolsista de Iniciação Científica Junior – CNPq
2. Estudante de Doutorado da Universidade Estadual de Feira de Santana-UEFS
3. Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical – Orientadora
INTRODUÇÃO:
A mandioca (Manihot esculenta Crantz) originária do continente americano é uma planta heliófila, perene, arbustiva e pertencente à família das Euforbiáceas. A parte mais importante da planta são as raízes ricas em amido, que são utilizadas na alimentação humana e animal além de servir como matéria-prima para produção de amido em fecularias no setor industrial. As espécies silvestres de mandioca são fundamentais para o programa de melhoramento genético da espécie cultivada por apresentarem grande variabilidade e amplo espectro de adaptação. A caracterização do Banco de germoplasma de mandioca cultivada e silvestre permite a seleção de genitores para programa de melhoramento. Neste sentido, este trabalho teve como objetivo caracterizar morfologicamente acessos do banco de germoplasma de mandioca silvestre e cultivada da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical.
METODOLOGIA:
Foram utilizados 10 acessos do gênero Manihot do Banco de Germoplasma da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical de Cruz das Almas – BA, sendo que foram avaliadas cinco variedades de mandioca cultivada (Saracura, Gema de Ovo, Abóbora, Eucalipito e Kiriris) e cinco espécies de mandioca silvestre (M. flabelifollia, M. tomentosa, M. anomala, M. cephalotaceae e M. dichotoma ). Em cada acesso foram utilizadas três repetições. As avaliações de todos os acessos seguiram as recomendações de Fukuda e Guevara (1998), sendo avaliados 15 descritores morfológicos: (1) cor da folha apical; (2) pubescência do broto apical; (3)forma do lóbulo central; (4)cor do pecíolo; (5)cor do cortex do caule; (6)cor externa do caule; (7)floração; (8)cor da folha desenvolvida; (9) número de lóbulos; (10)cor da epiderme do caule; (11)hábito de crescimento do caule; (12)cor dos ramos terminais; (13)cor da nervura; (14)posição do pecíolo; (15)tipo de planta.
RESULTADOS:
Foi observada grande variabilidade genética entre as classes fenotípicas avaliadas mediante o uso dos 15 descritores utilizados. A forma do lóbulo central foi o caractere que apresentou maior variação com 3% das plantas apresentando a forma pandurada, 3% linear piramidal, 34% lanceolada, 20% elíptica lanceolada, 10% ovóide, 10% oblongo lanceolada e 20% reta. Enquanto que o hábito de crescimento do caule foi o que demonstrou menor variabilidade (10% das plantas apresentaram o hábito zig-zag e o 90% restante apresentou o hábito reto). O número de lóbulos foliares nos acessos silvestres avaliados não apresentou regularidade, enquanto que nos acessos de mandioca cultivada esse número variou de 5 a 7 lóbulos por folha.
A diversidade de classes fenotípicas observada nesse estudo pode subsidiar estudos relacionados com a taxonomia da mandioca cultivada além de direcionar a seleção de genitores nos programas de melhoramento genético da cultura.
CONCLUSÃO:
Os 10 acessos de mandioca cultivada e silvestre avaliados neste trabalho demonstraram grande variabilidade genética. As variedades cultivadas apresentam maior regularidade nos padrões foliares do que as espécies silvestres.
Instituição de Fomento: CNPq
Palavras-chave: Manihot esculenta Crantz, descritores morfológicos, variabilidade.