Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia
Epidemiologia das Intoxicações Humanas por Raticidas no Brasil
Maíra Costa Ferreira 1
Maria Aparecida Araújo Figueiredo 2
1. Graduanda de Enfermagem - UNEB
2. Prof.ª Drª - Departamento de Ciências da Vida - UNEB - Orientador
INTRODUÇÃO:
A intoxicação exógena tem se constituído como problema de saúde pública no mundo, devido ao número elevado de casos e óbitos registrados. Dentre os diversos agentes tóxicos responsáveis pelos casos de intoxicação humana, os raticidas possuem um importante destaque. Devido à falta de saneamento básico adequado, o uso indiscriminado de raticidas tem se tornado um ato muito comum na população, principalmente aquela socioeconomicamente desfavorável. Buscou-se com esse estudo, traçar o perfil epidemiológico das intoxicações humanas por raticidas no Brasil e Regiões, no período de 2000 a 2008.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, com base em dados secundários oriundos das informações do banco de dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX). As análises descritivas foram realizadas a partir dos cálculos do coeficiente de incidência e da taxa de letalidade.
RESULTADOS:
As Regiões Norte e Nordeste apresentaram as maiores taxas de letalidade do período, enquanto as Regiões Sudeste e Sul mantiveram seus coeficientes em números inferiores a 1%. Considerando que a letalidade reflete a oportunidade e qualidade da assistência prestada, é possível que problemas como acesso à rede de serviços ou presteza no atendimento de saúde estejam influenciando as taxas de letalidade encontradas nas Regiões Norte e Nordeste. A faixa etária de 1 a 4 anos teve incidência mais elevada em todas as regiões, exceto na Região Nordeste, onde a faixa etária de 15 a 19 anos foi a mais acometida. Os casos de intoxicação por raticidas foram mais incidentes na zona urbana e no sexo feminino, correspondendo a mais da metade dos casos em todas as regiões. A tentativa de suicídio com raticida foi a circunstância mais predominante em todas as regiões do país. Embora a maior parte dos casos registrados de intoxicação por raticidas tenha evoluído para a cura, observou-se um percentual de quase 40% de cura não confirmada na Região Sul, e cerca de 57% de evolução ignorada na Região Sudeste. Os percentuais de óbitos causados pela ingesta de raticidas foram abaixo de 5% em todo o país.
CONCLUSÃO:
Diante do cenário desenhado por este estudo foi possível perceber que a intoxicação por raticidas vem se mantendo no Brasil com um problema de saúde pública importante nesses últimos nove anos e, apesar das diferenças existentes no país, o perfil das intoxicações não se alterou de modo significativo entre as distintas regiões geográficas.
Palavras-chave: intoxicação exógena, raticidas, incidência; letalidade.