Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia |
E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimen - 1. Ciência de Alimentos |
Avaliação físico-químico de frutos de diferentes variedades de bananeira |
Fernanda Alves Santana 1 Luciana Alves de oliveira 2 Eliseth de Souza Viana 3 Ana Paula Pereira Silveira 4 Sebastião de Oliveira e Silva 5 Edson Perito Amorim 3 |
1. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - Estudante de Agronômia 2. Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical – Orientador 3. Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 4. Faculdade Maria Milza - Estudante de Farmácia 5. Bolsista CNPq |
INTRODUÇÃO: |
A banana (Musa spp.) para muitos países, apresenta grande relevância social e econômica, servindo como fonte de renda para muitas famílias de agricultores. Essa fruteira é originária do continente asiático, e atualmente vem sendo explorada na maioria dos países tropicais, ocupando o segundo lugar em volume de frutas produzidas e consumidas no Brasil. A Sigatoka negra causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis Morelet é uma das principais doenças que afetam a bananeira no Brasil, constituindo em muitas situações fator limitante ao cultivo dessa Musaceae, implicando em aumento significativo de perdas da produção. O método mais recomendado para controle da Sigatoka negra sugerido pelo Programa de Melhoramento Genético da Bananeira executado pela Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical é a utilização de variedades resistentes, substituindo assim as variedades suscetíveis, visando uma redução do controle químico. As caracterizações físico-químicas dos frutos têm papel fundamental na recomendação de uma nova cultivar, uma vez que, uma boa variedade, deve ter boas características agronômicas de pós-colheita. Este trabalho teve como objetivo avaliar físico-químicamente sete variedades de banana, sendo três variedades comerciais e quatro variedades resistentes à Sigatoka negra. |
METODOLOGIA: |
Foram colhidos três cachos de cada variedade em plantas no campo experimental da EBDA (Conceição do Almeida – BA), sendo cada planta uma repetição. A colheita dos frutos ocorreu no período de janeiro a julho de 2009. As pencas foram mantidas em câmara climatizada a 28 ºC, até atingirem o estádio 6 de maturação. Quando maduras foram mantidas em câmara climatizada a 15 ºC. Dez dedos de cada penca foram utilizados para determinação das análises: acidez total titulável (ATT), teor de sólidos solúveis totais (SST), pH, cinzas, umidade, relação SST/ATT (ratio), teor de nitrogênio total expresso em proteína. Determinou-se o conteúdo de amido, carotenóides totais, açúcares redutores e totais por espectofotometria. Foi realizada a pesagem das bananas com e sem casca em balança semi-analítica, bem como da casca, para a obtenção do rendimento e da relação polpa/casca. As variedades avaliadas foram Prata Anã, Pacovan, Grand Naine (comerciais) e Japira, Maravilha, PV 4253, Thap Maeo (resistentes). |
RESULTADOS: |
Na variedade Thap Maeo foi observado o maior rendimento em polpa (78,65 ± 3,17%) e conteúdo de carotenóides totais (2,62 ± 1,17 µg g-1). A variedade Japira (14,32 ± 4,61 g glicose/100 g) e Prata Anã (15,70 ± 0,66 g glicose/100 g) apresentaram maior teor de açúcar redutor. O teor de açúcar total foi superior na variedade Pacovan (21,05 ± 3,24 g glicose/100 g), seguida pela PV 4253 (20,30 ± 2,20 g glicose/100 g). A acidez total titulavél foi maior na variedade PV 4253 (0,96±0,34 g ácido málico/100 g). Quanto ao teor de sólidos solúveis totais, os maiores valores foram observados na variedade Prata Anã (27,25±0,35 oBrix), seguido pela PV 4253 (24,14±2,42 oBrix). A Japira (36,16±7,42) apresentou maior valor para ratio, em seqüência a Pacovan (39,17±2,40). O pH foi superior na Grand Naine (4,58±0,41). O teor de cinzas e proteínas não diferiu entre as variedades estudadas. As variedades Grand Naine (76,79±0,47%) e PV 4253 (72,80±3,12%) apresentaram as maiores concentrações de umidade. O teor de amido foi superior na Prata Anã (3,85±1,86 g amido/100 g), seguido pela Japira (3,43±1,09 g amido/100 g). |
CONCLUSÃO: |
Os cultivares resistentes à Sigatoka negra apresentaram algumas diferenças entre si, quanto as características físico-química de seus frutos. Os cultivares comerciais (suscetíveis a Sigatoka negra) podem ser substituídos pelas variedades consideradas resistentes a doença, com relação à composição físico-química. Considerando o parâmetro SST/ATT, que está relacionado ao atributo sabor, a variedade Japira alcançou posição de destaque entre as demais variedades. |
Instituição de Fomento: CNPq |
Palavras-chave: composição, Musa spp, Sigatoka negra. |