Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia
Saúde reprodutiva: gravidez e assistência pré-natal no município de Santo Antonio de Jesus - Bahia
Maiana Santos da Silva Nunes 1
Paluzzi de Andrade Souza 1
Cinthia Soares Lisboa 1
Prof. Djanilson Barbosa dos Santos 2
Profa. Sheila Monteiro Brito (orientadora) 2
1. Discentes do Curso de Nutrição, Centro de Ciências da Saúde - UFRB
2. Docentes do Centro de Ciências da Saúde - UFRB
INTRODUÇÃO:
No Brasil, os níveis de fecundidade têm preocupado os formuladores de políticas públicas, dadas suas implicações sociais. A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde mostra o crescimento da fecundidade de mulheres de 15-19 anos, em confronto à queda significativa no grupo de 20-24.
A gravidez precoce tem sido alvo de preocupação por suas implicações tanto nas questões relacionadas à saúde, pelo maior risco na gravidez para a mãe e para o recém-nascido, quanto em relação aos fatores sociais e econômicos, por interferir no processo educacional, na qualificação e na inserção no mercado de trabalho.
A assistência pré-natal tem merecido destaque crescente e especial na atenção à saúde materno-infantil, visando manter a integridade das condições de saúde materna e fetal. Para isso, é necessário que o início do pré-natal seja o mais precoce possível, de preferência antes da 12ª semana de gestação, e que pelo menos seis consultas sejam realizadas, a fim de identificar e prevenir intercorrências clínicas, cirúrgicas e obstétricas que possam trazer agravos à gestante ou ao feto.
O objetivo do presente trabalho é analisar a saúde reprodutiva e a assistência pré-natal no município de Santo Antônio de Jesus - Bahia, nos anos de 1995, 2000 e 2005.
METODOLOGIA:
Foi realizado um estudo descritivo para o município de Santo Antônio de Jesus (SAJ), no estado da Bahia, utilizando-se dados disponíveis sobre fecundidade total, idade materna e gravidez, número de consultas de pré-natal e sua relação com grau de escolaridade materna e proporção de nascidos vivos, no banco de dados DATASUS para os anos de 1995, 2000 e 2005.
Para análise da taxa de fecundidade total foi utilizada a população de mulheres em idade fértil (15 a 49 anos) residente no município e o número de nascidos vivos, utilizando como referência os censos demográficos e o Sistema de Informações de Nascidos Vivos (Sinasc).
Para avaliar a relação de mulheres que realizaram sete ou mais consultas de pré-natal, bem como a proporção de nascidos vivos destas mães segundo grau de escolaridade, e a proporção de nascidos de mães adolescentes, foram utilizados dados do Sinasc, para os mesmos anos.
RESULTADOS:
No município de Santo Antonio de Jesus, a Taxa específica de fecundidade, por mil mulheres, em 1995 foi de 73,34, de 37,28 em 2000 e de 52,19 em 2005.
No período de 1995 a 2005, verificou-se que a proporção de mulheres que realizaram sete ou mais consultas de pré-natal, para o período gestacional, diminuiu de 13,38% para 5,26% entre 1995 e 2000, e aumentou para 15,79% em 2005.
Ao se verificar a proporção de nascidos vivos de mães adolescentes (15 a 19 anos) no município foi possível observar que em 1995, 2000 e 2005, os valores foram, respectivamente, 24,14%, 24,32% e 19,19%.
Ao se analisar a proporção de mães que realizaram sete ou mais consultas de pré-natal segundo o grau de escolaridade, no ano de 1995, o primeiro grau incompleto representou maior proporção do total (59,7%). A proporção do primeiro grau incompleto foi de 6,6%, em 2000 e 2,3% no ano de 2005.
CONCLUSÃO:
Os resultados evidenciaram que a taxa de fecundidade em SAJ teve leve redução no período estudado. Em relação a gravidez precoce, a proporção reduziu nos últimos anos, ao contrário da tendência evidenciada nos dados nacionais. Destaca-se que houve uma redução na proporção de mulheres com menor grau de escolaridade no grupo que realizou 7 ou mais consultas de pré-natal. Os resultados indicam importantes desigualdades sociais e econômicas no acesso à assistência pré-natal adequado.
Palavras-chave: assistência pré-natal, gravidez, epidemiologia.