Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 1. Genética Animal
CONTRIBUIÇÃO PARA CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DA PERACUCA kalyptodoras bahiensis.
Patricia Reis de Oliveira Silva 1
Alison Eduardo Melo da Paixão 1
Luiz Gustavo da Silva Azevedo 1
Soraia Barreto Aguiar Fonteles 1
1. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
INTRODUÇÃO:
O Brasil em especial a Bahia é devidamente conhecido pela grande quantidade de rios caudalosos com enorme piscosidade, apresentando uma fauna ictiológica extremamente diversificada. Esse quadro tem mudado drasticamente em decorrência da pesca predatória aliada a problemas ambientais que ameaçam os estoques naturais. kalyptodoras bahiensis é um bagre da família doradidae com hábitos noturnos, endêmica do rio Paraguaçu - BA. Esta espécie encontra-se atualmente ameaçada de extinção devido às mais diversas atividades antrópicas realizadas, tais como: os barramentos construídos na região e a pesca predatória. A Citogenética tem fornecido muitas informações para um melhor conhecimento da biodiversidade em peixes, descobertas relativas a processos evolutivos nesse grupo, tais como rearranjos cromossômicos, polimorfismos estruturais e numéricos, poliploidia natural, sistemas de cromossomos sexuais, distribuição geográfica de espécies e de suas populações, além de fornecer dados para conservação e manejo da ictiofauna.
METODOLOGIA:
Foram coletados um total de 35 exemplares em 4 expedições de coleta no médio e baixo Paraguaçu. Para obtenção das placas metafásicas foi utilizado o protocolo descrito por Almeida-Toledo et al., 1993. Para obtenção de um maior número de figuras mitóticas nas preparações, foi utilizada uma técnica que consiste em injetar previamente nos animais, uma solução de fermento biológico. Essa técnica foi descrita inicialmente por Cole & Leavens (1971) para anfíbios e répteis, foi utilizada por Lee & Elder (1980) para pequenos mamíferos e por Oliveira et al., (1988) para peixes. As preparações citológicas para o estudo de cromossomos metafásicos somáticos foram realizadas a partir de células de rim posterior e anterior, órgão com função hematopoiética apresentando assim células em constante divisão. A técnica utilizada para obtenção de figuras mitóticas é a descrita por Foresti et al., 1993. As lâminas foram coradas por Giemsa para uma melhor visualização e caracterização dos cromossomos.
RESULTADOS:
Os resultados revelaram que Kalyptodoras bahiensis um número diplóide 2n= 58 cromossomos para os exemplares machos e fêmeas. Estes resultados corroboram com os descritos na literatura, onde o menor número diplóide encontrado é 2n=42, e o maior é 2n=62 para o gênero Siluriforme. O resultado é reafirmado com informações apresentadas na literatura a cerca da família Doradidae onde se observa a manutenção do numero diplóide de 2n=58 nas espécies estudadas. Em relação à morfologia, os cromossomos encontravam-se bastante condensados e foram classificados como metacêntrico, submetacêntrico e acrocêntrico, apresentando 28M + 10SM + 20A. Os dados obtidos com estas análises evidenciam que do ponto de vista evolutivo, não foram encontradas grandes variações. Ao comparar estes resultados com os descritos para todo o grupo Siluriforme, nota-se uma maior distinção em relação a fórmula cromossômica. Os resultados darão subsídios para outras pesquisas, ligadas a evolução do grupo e a conservação do potencial genético desta espécie.
CONCLUSÃO:
Com esse estudo foi possível concluir que Kalyptodoras bahiensis não apresentou variação significativa no padrão cromossômico espécie-específico, indicando que o número e a fórmula cromossômica se mantiveram sem grandes alterações quando comparados com outros representantes da família Doradidae.
Instituição de Fomento: Fapesb
Palavras-chave: Citogenética, Conservação, Cromossomos.