Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA DE CHAGAS NO RECÔNCAVO BAIANO.
Fabiana Moraes de Carvalho 1
Daniele Takahashi 2
1. Faculdade Maria Milza
2. Faculdade Maria Milza
INTRODUÇÃO:
Conhecida pelo nome de Tripanossomíase americana, a doença de Chagas é causada pelo Trypanosoma cruzi, um protozoário que adquire diferentes formas de acordo com o ambiente em que se encontra. Tais modificações são acompanhadas de alterações em suas características biológicas, virulência e capacidade de adaptar-se aos vários meios em que sobrevive. A forma usual de contaminação é através do contato com as fezes de insetos, conhecidos como “barbeiro”, que se alimentam sugando sangue humano e de animais. Esse mal constitui um desafio global de saúde pública e exige novas estratégias de controle e tratamento. Estudos relatam que a doença de Chagas atinge pessoas das classes marginalizadas, que geralmente sofrem prejuízos cognitivos e discriminação empregatícia. Para os portadores dessa infecção ainda persistem desafios como o de conviver com uma enfermidade crônica associada a problemas de ordem social e médico-trabalhista. Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo pesquisar a qualidade de vida dos indivíduos portadores da doença de Chagas residentes em três localidades do Recôncavo baiano, avaliando os aspectos sócio-econômicos dos indivíduos chagásicos.
METODOLOGIA:
Os dados foram coletados nas cidade de Amargosa, Elísio Medrado e Santa Terezinha, utilizando o SF-36, criado a partir de uma revisão dos instrumentos ligados a qualidade de vida já existentes na literatura nos últimos 20 anos. As análises estatísticas foram realizadas através dos programas R 2.9.2. Foram entrevistados 30 indivíduos, na maioria mulheres, com idades entre 35 e 85 anos.
RESULTADOS:
Dentre os 30 portadores da doença de Chagas entrevistados, 33,33% eram do sexo masculino e 66,66% do sexo feminino com renda familiar total menor ou igual a dois salários mínimos, onde 63,33% dos entrevistados tinham cursado apenas o ensino primário e 26,66% nunca foram à escola. Dentre os dominios avaliados o maior escore encontrado foi na dimensão Capacidade Funcional e Vitalidade, indicando que as limitações impostas pela doença são contornadas pelas estratégias empregadas pelos portadores para o desenvolvimento de suas atividades diárias. Os menores escores foram nas dimensões Limitações por Aspectos Físicos e Estado Geral de Saúde, o que indica a percepção individual negativa da própria saúde.
CONCLUSÃO:
No presente estudo os resultados demonstram prejuízos na qualidade de vida dos pacientes portadores da doença de Chagas. Com maior evidência de queda na qualidade de vida nos domínios referentes a limitações físicas, estado geral de saúde, dor e aspectos sociais. O domínio dor apresentou correlação direta com os aspectos sociais. Estes achados levam a uma nova percepção da doença de Chagas principalmente, no que tange a dor afetando a qualidade de vida dos pacientes
Palavras-chave: doença de Chagas, qualidade de vida, aspectos sociais.