Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia |
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia |
INCIDÊNCIA DE Salmonella NA BAIA DO IGUAPE, REGIÃO DE MARAGOGIPE, BAHIA |
Aura Lacerda Crepaldi 1 Gleyde Córdova da França Santos 2 Jeferson dos Santos de Souza 1 Rebeca Ayala Rosa da Silva 3 Luiza Teles Barbalho-Ferreira 4 Norma Suely Evangelista-Barreto 5 |
1. Discentes do Curso de Engenharia de Pesca - UFRB 2. Discente do Mestrado em Microbiologia Agrícola - UFRB 3. Discentes do Curso de Ciências Biológicas - UFRB 4. 4 Bióloga, MSc. Técnica do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas 5. Profª. Drª – Orientadora, UFRB |
INTRODUÇÃO: |
A pesquisa de Salmonella em diferentes ambientes aquáticos permite reconhecer os sorovares mais prevalentes e o risco potencial que essa bactéria representa à saúde da população. Por outro lado, a identificação desse enteropatógeno em ambientes aquáticos é um importante indicador epidemiológico que demonstra, ainda que de modo indireto, a ocorrência de doenças diarréicas na população. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 80% das doenças que ocorrem nos países em desenvolvimento são transmitidas por águas contaminadas. A ocorrência de inadequações de caráter sanitário decorrentes de falhas no manejo, instalações mal projetadas e sub aproveitadas interferem diretamente na qualidade microbiológica das águas. Baseado nisso, torna-se de grande relevância avaliar a qualidade microbiológica das águas em regiões próximas a pontos pesqueiros, principalmente em áreas de extração de moluscos bivalves, como é o caso do município de Maragogipe, no sentido de contribuir com informações que possibilitem melhor caracterizar a epidemiologia da salmonelose na região, um importante problema de saúde pública. |
METODOLOGIA: |
No período de maio a agosto de 2010, foram realizadas coletas mensais de aproximadamente 700 mL de água em frascos estéreis a uma profundidade de aproximadamente 50 cm, nas localidades de Porto de Iemanjá, Porto do Cajá e Ponta de Souza no município de Maragogipe, Bahia, totalizando 12 amostras. Ainda no campo, as amostras de água eram filtradas em gases e imersos em 225 mL de Caldo Lactosado (CL) e levadas ao Laboratório de Microbiologia de Alimentos e Ambiental no NEPA, UFRB. Após 24h alíquotas de 1,0 e 0,1 mL do CL eram inoculadas em Caldo Tetrationato e Caldo Rappaport, respectivamente, e incubados a 42,5°C/24h. Em seguida de cada tubo era retirada uma alçada e inoculada em placas de Petri contendo os meios seletivos Agar Verde Brilhante, Agar MacConkey e Agar Salmonella-Shigella e incubados a 35°C/24h. Em seguida, colônias típicas de Salmonella nos meios diferenciais eram isoladas e submetidas a testes bioquímicos conforme metodologia proposta por Silva et al.(2007). |
RESULTADOS: |
Das 48 cepas isoladas das 12 amostras de água, 03 (6,25%) cepas foram identificadas como Salmonella. No Porto de Iemanjá foi identificada S. entérica diarizonae, e em Ponta de Souza o sorotipo Salmonella entérica subsp. Entérica e Salmonella spp. No Porto do Cajá não foi identificado nenhum sorotipo de Salmonella. Pode-se observar que as condições do tempo e da maré não influenciaram quanto a presença de Salmonella, pois nas amostras 1 e 3 (S. entérica diarizonae e Salmonella entérica subsp. Entérica), as condições climáticas eram de sol e maré baixa, enquanto na amostra 5 (Salmonella spp) a condição climática era de chuva e maré alta. Embora a presença de Salmonella tenha sido identificada com baixo percentual, não se deve esquecer que a salmonelose é caracterizada como uma importante zoonose e que a maioria dos sorotipos infecta, indistintamente, o homem e animais, e se manifestam como síndromes gastrointestinais, causadas pela ingestão de alimentos, particularmente de origem animal ou pelo consumo de águas contaminadas com diferentes sorovares da bactéria. |
CONCLUSÃO: |
De acordo com os resultados se conclui que a Baía do Iguape encontra-se poluída e que a presença de Salmonella apresenta risco a população, pois a água serve de veículo para a disseminação dessa bactéria, principalmente porque a área estudada é uma área de lazer e local de pesca. |
Instituição de Fomento: FAPESB/SUS |
Palavras-chave: Qualidade microbiológica, Estuário, Poluição. |