Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 3. Bromatologia
Estudo do conteúdo de compostos cianogênicos em híbridos de mandioca da Família 2007
Soraia Machado da Silveira 1
Luciana Alves de Oliveira 2
Jaciene Lopes de Jesus 3
Tatiane Silva Amorim 3
Fernanda Alves Santana 4
Vanderlei da Silva Santos 3
1. Faculdade Maria Milza - Estudante de Farmácia
2. Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical – Orientador
3. Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical
4. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - Estudante de Agronomia
INTRODUÇÃO:
A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é uma importante cultura em muitos países tropicais por representar a principal fonte de carboidrato para milhões de pessoas, propiciando a oportunidade de se preparar vários tipos de alimentos. Uma característica limitante para o consumo das raízes de mandioca é o teor de glicosídeos cianogênicos. Na mandioca, os glicosídeos cianogênicos são sintetizados nas folhas e armazenados nas raízes, parte da planta mais utilizada. Contudo, ela é uma das plantas cujo conteúdo de cianeto pode causar problemas de toxicidade. Variedades de mandioca com conteúdo de compostos cianogênicos menor do que 100 ppm (µg de HCN g-1 de mandioca fresca) são indicadas aos agricultores como mandioca de mesa. Este trabalho teve como objetivo avaliar o teor de compostos cianogênicos de híbridos de mandioca amarelos da Família 2007 gerados pelo programa de melhoramento genético da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical (CNPMF).
METODOLOGIA:
As raízes de mandioca foram colhidas nos campos experimentais do CNPMF no período de 7 a 16 de julho de 2009 e preparadas para análise no mesmo dia. A determinação dos compostos cianogênicos (cianeto livre, α-hidroxinitrila e glicosídeos cianogênicos), nos 178 híbridos de mandioca da Família 2007, foi realizada com a extração destes compostos, seguida pela reação com cloramina T e isonicotinato / 1,3-dimetil barbiturato e determinação espectrofotométrica a 605 nm. Para a liberação do cianeto glicosídico, utilizou-se a enzima linamarase, a qual foi extraída da entrecasca da mandioca.
RESULTADOS:
Nos 178 acessos estudados a concentração de compostos cianogênicos variou entre 29,5 e 206,3 µg de HCN g-1 de raiz, com média de 110,9 µg de HCN g-1 de mandioca fresca. Dos híbridos avaliados, 3% dos acessos apresentaram a concentração de compostos cianogênicos entre 29,5 a 50,0 µg de HCN g-1, 44% entre 50,0 a 100,0 µg de HCN g-1, 29% entre 100,0 a 130,0 µg de HCN g-1 e 24% entre 130,0 a 260,3 µg de HCN g-1. Dos quais 83 dos híbridos da Família 2007 gerados pelo CNPMF apresentaram o conteúdo de compostos cianogênicos menor do que 100 ppm, podendo ser utilizados como mandioca de mesa. Dos 83 híbridos classificados como mansos, seis possuem o teor de compostos cianogênicos entre 29,5 a 43,9 ppm de HCN.
CONCLUSÃO:
Dos híbridos avaliados, 83 apresentaram baixo conteúdo de compostos cianogênicos (< 100 ppm), mostrando-se com qualidades apropriadas para serem consumidas como mandioca de mesa. Esse resultado, aliado a avaliação da produtividade e o teor de carotenóides totais, pode selecionar híbridos que propiciem melhores condições nutricionais na dieta da população que se alimenta da mandioca.
Instituição de Fomento: Embrapa
Palavras-chave: Manihot esculenta, glicosídeos cianogênicos, melhoramento.