Reunião Regional da SBPC em Oriximiná |
H. Artes, Letras e Lingüística - 3. Literatura - 2. Literatura Comparada |
A IDENTIDADE HIBRÍDA DA AMAZÔNIA EM DOIS IRMÃOS |
Genilson da Silva Oliveira 1 Patrícia Guimarães Pereira 2 |
1. Depto de Letras - UFOPA 2. Depto de Letras - UFOPA |
INTRODUÇÃO: |
Este trabalho destina-se compreender a representação da identidade cultural da Amazônia em Dois Irmãos, do escritor Milton Hatoum. Somado a isso, destacaremos, sobretudo, o imigrante libanês como um dos protagonistas da formação desse cenário multicultural. Esta posição é em razão da discordância ao discurso essencialista que por seu turno assegura a existência de uma identidade autêntica. Assim, faz-se necessário levantar outro discurso que valorize a literatura, cujo foco seja a voz do deslocado. |
METODOLOGIA: |
Para a realização deste trabalho a abordagem teórica utilizada foi Dois Irmãos e brasileiramente, Árabes! : Um olhar sobre a história e cultura libanesa na Amazônia de Suani Corrêa; A integração dos imigrantes sírios e libaneses no cenário urbano brasileiro de Nayara Amorim; Evolução Humana de Celso de Lima, além de leituras de vários artigos e textos relacionados à temática. |
RESULTADOS: |
Nessa obra de Milton Hatoum, percebemos que as imigrações ocorridas na Amazônia têm contribuído de fato para a heterogeneidade da região. Segundo Lima (19--), as misturas de raças são decorrentes das migrações que favorecem a miscigenação, esta por sua vez, muda a genética de uma população com muito mais intensidade do que a seleção, mutação, oscilação genética. Neste aspecto, notemos o caso do personagem Nael, o narrador do romance, que possivelmente possui uma identidade heterogênica, visto que sua formação genética pode ser uma relação entre a árabe e a brasileira. Então, o protagonista desse cenário multicultural, o árabe, tem sem duvida papel de destaque na representação da diversidade étnica cultural na Amazônia, o que desmistifica a homogeneidade da região ou o discurso essencialista. |
CONCLUSÃO: |
Com base nos resultados obtidos, a figura do árabe na obra, serve como representação identitária universal das minorias étnicas, pois Galib, Halim, Zana, Omar, Yaqub e Rânia, trazem particularidades, claro, da sua cultura, mas, ao se inserirem no contexto Amazônico entram em contato com as outras, seja com a do indígena, representada por Domingas ou com a do negro, simbolizada pela personagem Pau-mulato, e assim, as incorporam. Em uma visão geral da obra, o imigrante ganha voz e espaço na literatura. Antes marginalizado, por assim dizer, e não reconhecido como elemento importante para o desenvolvimento da região. Por consequencia deste seu distanciamento, a idéia de que a região era um todo homogêneo torna-se preponderante no que tange a identidade da mesma. Na perspectiva essencialista não se mantêm relação entre os povos, haja vista o pressuposto da manutenção de um registro “verdadeiro”. Mas, em contrapartida, o não-essencialista combate com a teoria de que uma identidade é formada por influencias. |
Palavras-chave: Identidade |