Reunião Regional da SBPC em Oriximiná
F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Gestão e Administração - 9. Gestão e Administração
CONDIÇÕES DO TRABALHO NAS AGROVILAS DOS ASSENTAMENTOS NA REGIÃO DE PARINTINS: ESTUDO DE CASO NA VILA AMAZÔNIA
Jucineudo Matos de Souza 1,2,4
Jean Reis de Almeida 1,2,4
Juliana Cristina da Silva Ferreira 1,2,4
Maiara dos Santos Fereira 1,2,4
Thays de Souza Tenório 1,2,4
William de Souza Barreto 3,4
1. Graduando
2. Bolsista da Incubadora Social UFAM - Parintins
3. Docente/ Coordenador
4. Universidade Federal do Amazonas - UFAM
INTRODUÇÃO:
Este resumo faz parte do projeto de pesquisa Turismo de Base Comunitária Como Estratégia de Desenvolvimento Local, com o auxilio financeiro do Ministério do Turismo. O projeto é desenvolvido no município de Parintins, classificado como um dos 62 municípios indutores do turismo segundo o próprio Ministério do Turismo. No diagnóstico participativo, a região conhecida como Vila Amazônia fundada em 1930 por imigrantes japoneses, foi identificada com potencial turístico, principalmente o turismo rural, pois situa-se próximo das regiões mais visitadas no Estado do Amazonas: Parintins devido ao festival folclórico; e a região da Boca da Valéria local de visitações de turistas estrangeiros pelo misticismo da região.
O objetivo foi identificar a estrutura do trabalho e as condições de vida do trabalhador, nos aspectos relativos ao acesso ao emprego, trabalho autônomo, a dependência dos comunitários aos programas sociais e o poder econômico dos moradores, em especial o perfil do trabalhador do assentamento de Vila Amazônia.
Os empreendimentos solidários são organizações de produção e comercialização realizadas por trabalhadores sob a forma de trabalho associado, cooperado e autogestionário, visando oportunidades de desenvolvimento de seus participantes (CULTI et al, 2010).
METODOLOGIA:
O método utilizado foi o método dedutivo, que parte do geral para tirar conclusões particulares, e a técnica de pesquisa foi a aplicação de formulários. Foram aplicados 80 formulários contendo setenta perguntas no dia 25/02/2010 por três entrevistadores abrangendo condições de trabalho, condições de educação, condições turísticas e condições de moradia. Os formulários foram aplicados no domicílio das pessoas e respondidos somente por pessoas de maioridade, contendo perguntas fechadas, a princípio os entrevistadores apresentavam o projeto e o objetivo da pesquisa, esclarecendo e explicando termos em que os entrevistados não conheciam ou que apresentavam dúvidas, sempre com o cuidado de não influenciar suas respostas. Foi usada a pesquisa bibliográfica, segundo Gil, sua principal vantagem é possibilitar ao investigador a cobertura de uma gama de acontecimentos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. (GIL,1999), e o Estudo de Caso, que envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento. (GIL, 1999).
RESULTADOS:
Os resultados dos formulários apontam que 56,25% dos entrevistados encontram-se ocupados na forma do trabalho autônomo, 42,22% trabalham sem carteira assinada. Apenas 6,67% trabalham com a carteira assinada. O número de desempregados é alto, chegam a 57,14%, os aposentados representam 24,29% do total. O Estado colabora com benefícios para 52,25% dos entrevistados através do programa Bolsa Família, contra 45% que não tem nenhuma ajuda do governo. Em relação à renda familiar 47,50% recebem até dois salários mínimos e 40% apenas um salário.
A renda obtida permite que 41,25% dos entrevistados consigam comprar itens de necessidade básica – arroz, farinha, peixe - 35% conseguem comprar a maioria, e 23,25% não conseguem comprar o necessário.
Na questão relativa ao trabalho de equipe, 43,75% acham que tem perfil para trabalhar em grupo 32,50% acham fácil lidar com pessoas e apenas 17,50% não se enquadram com o trabalho em equipe e preferem o próprio negócio. Quando questionados se gostariam de participar de empreendimentos coletivos 80% dos entrevistados apresentaram entusiasmo com a idéia, configurando uma forma excepcional de superar o desemprego através de projetos coletivos.
CONCLUSÃO:
A existência de uma extrema desigualdade, não se relaciona apenas a disparidade de renda, mas da seletividade e do reduzido número de emprego formal. O mercado de trabalho na agrovila da Vila Amazônia é bastante precário, além da escassez na oferta de oportunidade de emprego que é ineficiente na recolocação no mercado de trabalho. Na agrovila predomina o trabalho informal e a dependência das transferências do governo, principalmente bolsa família e aposentadoria, como instrumento de geração de renda da região.
O desemprego é latente e mesmo aquela pequena parte da população ocupada, com carteira assinada e os autônomos, seus rendimentos são relativamente baixos. Por essas razões a população da agrovila opta pelo trabalho informal, nesta categoria como sabemos, os trabalhadores estão desprovidos da seguridade social, porém seus rendimentos são maiores comparados com os que possuem a cobertura da seguridade social. Um fato importante foi o interesse pelo trabalho coletivo através da economia solidária. Estimular a economia solidária na Vila Amazônia pode servir de instrumento no combate ao desemprego, porque com o aumento da renda e a expansão da cobertura da seguridade social acarretaria a inserção no mercado de trabalho e inibiria a informalidade.
Instituição de Fomento: FINEP / Ministério do Turismo
Palavras-chave: Trabalho