Reunião Regional da SBPC em Oriximiná |
D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 8. Medicina |
O BRINCAR NA PEDIATRIA: CONCEPÇÕES DE PROFISSIONAIS DO HOSPITAL REGIONAL DO BAIXO AMAZONAS |
Tiandra Lilian Nogueira Ferreira 1 Nataliene Sena de Almeida 2 Patrícia Reyes de Campos Ferreira 3 |
1. Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade do Estado do Pará – UEPA 2. Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade do Estado do Pará – UEPA 3. Profa. Ms./Orientadora – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - UEPA |
INTRODUÇÃO: |
É comum associar a criança com o brincar. Nesta associação estão presentes múltiplos significados de criança e de brincar, mas quase sempre ficam circunscritos ao senso comum. Discutir o brincar sob a ótica dos adultos, torna-se uma questão diferente a ser tratada, levando em consideração o resultado de suas experiências socioculturais, seus desenvolvimentos e pontos de vista sobre o lúdico. Com a proposta de apontar novos subsídios para a discussão da temática, o presente estudo investigou o significado do brincar e do jogo na visão dos profissionais da saúde que trabalham no setor pediátrico do Hospital Regional do Baixo Amazonas. Foram propostas intervenções lúdicas em crianças na faixa etária de 3 a 12 anos, que se encontravam internadas para tratamento. A relação entre o “brincar e a hospitalização infantil”, ainda é pouco estudada no âmbito local, no que pese sua importância. Desta forma, a pesquisa contribui para a melhor compreensão do aumento das vivências lúdicas dos participantes do estudo, e demonstra que o brincar no hospital, desempenha um papel coadjuvante nos procedimentos clínicos. |
METODOLOGIA: |
A pesquisa de natureza qualitativo-descritiva foi direcionada a 4 profissionais do setor de pediatria do Hospital Regional do Baixo Amazonas (Santarém). Foram realizadas entrevistas semiestruturadas. Na primeira fase observou-se o funcionamento e a rotina da pediatria além de outros aspectos tais como: o número de crianças, a rotatividade do setor, sugestões e escolha das atividades recreativas pelas infantes internadas. A segunda fase teve início com a aplicação das atividades escolhidas, utilizando-se linguagem teatral, onde as pesquisadoras usaram a figura do médico e suas rotinas hospitalares de forma descontraída, sendo identificadas pelo codinome “Brinquedoutores(as)”. Todas as atividades foram realizadas de forma que os profissionais também participassem direta ou indiretamente sem prejudicá-los em sua rotina de trabalho. Ao longo do período da pesquisa, foram realizadas reuniões mensais com a equipe médica e de enfermagem, para a coleta de dados por meio de entrevistas gravadas nas quais foram relatadas experiências a respeito do brincar na pediatria, com o intuito de avaliar a influência do brincar no hospital, bem como a própria atividade de pesquisa e as percepções dos profissionais envolvidos. |
RESULTADOS: |
Foram realizadas 38 visitas ao hospital, sendo mais da metade dos dias com intervenções na pediatria. Cerca de 45 crianças dentro da faixa etária estipulada pelo estudo foram atendidas na brinquedoteca ou visitadas nos leitos. Os profissionais que aceitaram participar da pesquisa se submeteram a três entrevistas em dias alternados conforme sua disponibilidade, dentro do prazo de cada etapa da pesquisa. Depois do processo de transcrição e análise das entrevistas, notamos que se fez constante nos relatos dos profissionais envolvidos, independente da formação técnica ou superior que possuíam, temas aparentemente distintos porém amplamente interligados no contexto lúdico conforme a interpretação das respostas nas entrevistas. As concepções a respeito do brincar apontam-no principalmente como instrumento de distração e esquecimento dos problemas vivenciados para as crianças internadas, além do estabelecimento de confiança com a equipe. |
CONCLUSÃO: |
Conclui-se entre outros aspectos, que o brincar na pediatria produziu resultados positivos, não só ao tratamento das crianças, mas também quanto à humanização entre a equipe e os pacientes, causando uma mudança significativa em todo o setor pediátrico. Mesmo considerando algumas experiências anteriores que fazem menção às práticas recreativas em outros ambientes hospitalares em seus relatos, o brincar ainda é um tema pouco discutido e vivenciado dentro do ambiente hospitalar. Maior lacuna se apresenta quando consideramos o cenário local. Logo, fica em aberto a proposta de utilização do lúdico como fator cooperante e coadjuvante para o enfrentamento ativo da doença, e como instrumento de humanização e integração entre pacientes, equipe médica, equipe de enfermagem e outros agentes responsáveis pelas crianças hospitalizadas. |
Palavras-chave: Brincar |