Reunião Regional da SBPC em Oriximiná |
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 3. Geografia Física |
USO DO GEOPROCESSAMENTO PARA CARACTERIZAÇÃO FISIOGRÁFICA E MAPEAMENTO DO USO E COBERTURA DO SOLO NA BACIA DO LAGO IRIPIXÍ, ORIXIMINÁ,PA |
Renato Glauber de Almeida 1 Tiago Barreto de Andrade Costa 2 |
1. Universidade Federal do Pará 2. Prof. MSc./Orientador - Faculdade de Geografia e Cartografia - UFPA |
INTRODUÇÃO: |
Este trabalho consiste no primeiro mapeamento detalhado sobre o lago Iripixí e seus contribuintes, cuja pretensão é auxiliar pesquisas futuras e outras já em andamento, relacionadas à conservação de seus mananciais e sua vegetação. Neste sentido, buscou-se mapear a bacia do lago Iripixí analisando suas características físicas e os padrões de uso e cobertura do solo através de técnicas de geoprocessamento. O uso dos mananciais da bacia do lago Iripixí de uma forma mais sustentável têm sido assunto cada vez mais frequente entre pesquisadores, estudantes e a sociedade local como um todo, visto que a bacia vem mostrando sinais da utilização intensiva e indiscriminada de seus recursos sem serem levadas em consideração suas potencialidades e suas limitações. Essa utilização vem refletindo índices de degradação vistos sob a forma de assoreamento de igarapés e nascentes, remoção da mata ciliar, erosão e esgotamento de solos, extinção de espécies da fauna e da flora, entre outros. O geoprocessamento desponta como uma poderosa ferramenta por tornar os padrões de uso e ocupação destes espaços mais evidentes, permitindo análises espaciais e quantificações. A visualização dos fatos no espaço permite uma melhor compreensão da dimensão e das interações existentes, apontando as ações necessárias. |
METODOLOGIA: |
Para o desenvolvimento deste trabalho optou-se por utilizar dois diferentes tipos de imagens de satélite, sendo uma TM LANDSAT-5 de 2011 com resolução espacial de 30m e duas HRC CBERS-2B de 2008 com resolução de 2,7m, além de uma imagem de radar SRTM/NASA, folha SA-21-X-C em escala 1:250.000, O tratamento e a análise dos dados e informações tiveram o suporte do software ArcGIS 9.3 e foram georreferenciados ao Datum horizontal WGS84, em projeção UTM zona 21S. A delimitação da bacia e os dados de altitude foram extraídos da imagem SRTM. Para o mapeamento das informações referentes à hidrografia, vegetação e uso do solo, foram realizados o georreferenciamento e o pré-processamento digital das imagens TM LANDSAT e HRC CBERS, sendo empregada, após, a técnica de fusão, método que combina imagens de diferentes características espectrais e espaciais para sintetizar uma nova imagem com melhor resolução espacial do que a imagem multiespectral original. A classificação dos padrões de uso e cobertura do solo foi realizada com a composição colorida RGB 5-4-3, baseando-se na interpretação visual da imagem, levando-se em consideração cor, textura, forma e o padrão das feições existentes na imagem, além do suporte de estudos de campo para confirmação da precisão deste método classificação. |
RESULTADOS: |
A é composta em sua maioria pela formação Alter do Chão, uma unidade que caracteriza-se por ser um ambiente de deposição fluvial do período Neocretáceo até o Terciário e no entorno do lago, encontram-se os depósitos aluvionares. Quanto à estruturação geomorfológica, a bacia se encontra na borda do planalto Uatumã-Jari, no limite com a Planície Amazônica, apresentando um conjunto de formas de relevo de topos tabulares conformando feições de rampas suavemente inclinadas e lombas esculpidas em coberturas sedimentares inconsolidadas. Observa-se ainda que este modelado é cercado por formas de relevo de topos convexos. Foram identificados 117 igarapés, além do lago, que fluem na direção sudoeste, apresentando um padrão de drenagem dendrítico. O intemperismo originou principalmente latossolos amarelos sobre os sedimentos cretáceos e em terras mais baixas, podzol hidromórfico, já no entorno do lago, constata-se um solo aluvial eutrófico em associações. As vegetações são típicas de várzea, igapó e matas de terra firme, cobertas por floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas e Campinaranas. O mapeamento de uso e cobertura do solo identificou sete classes, onde a maior parte é de mata preservada, porém, o uso por pastagens é o principal responsável pelas áreas degradadas identificadas na bacia. |
CONCLUSÃO: |
A técnica de fusão de imagens de diferentes características espectrais e espaciais para sintetizar uma nova imagem com melhor resolução espacial do que a imagem multiespectral original se pôde vetorizar os aspectos físicos da bacia, bem como os padrões de uso e cobertura do solo, com imensa precisão se comparado ao método habitual. Este material cartográfico produzido através de ferramentas SIG possibilitou análises e relações sobre a natureza dos impactos ambientais causados na bacia do lago Iripixí de forma bastante satisfatória, mostrando-se ser uma ferramenta capaz de minimizar custos, além de agilizar processos e potencializar análises, sendo extremamente importante nos órgãos fiscalizadores, principalmente para que possa ser implementada uma manutenção eficaz destes espaços. Reforça-se, então, a importância das representações cartográficas na visualização e interpretação dos aspectos necessários ao planejamento ambiental. As representações cartográficas mostram a realidade sintetizada de um modo visual, podendo, entre outros, subsidiar estudos que possam evitar a ocorrência de problemas como ocupação de áreas impróprias com riscos de erosão e exposição do solo, poluição de recursos hídricos e invasão de áreas de preservação permanente. |
Palavras-chave: Geoprocessamento |