Reunião Regional da SBPC em Oriximiná |
E. Ciências Agrárias - 4. Recursos Pesqueiros e Engenharia - 1. Aqüicultura |
AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA DE LARVAS E ALEVINOS DE TAMBAQUI E TAMBATINGA CULTIVADOS NA UNIDADE AGROPECUÁRIA DE SANTA ROSA – SEPAQ-SANTARÉM PA |
Hugo Napoleão Pereira da Silva 1 Janna Laely dos Santos Maia 1 Lenise Vargas Flores da Silva 2 |
1. Academico de Ciências Biológicas da universidade Ferderal do Oeste do Pará 2. Profa Dra/Orientadora - Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas |
INTRODUÇÃO: |
A piscicultura tem crescido no contexto mundial e vem sendo empregado como alternativa para aumento da quantidade e qualidade dos alimentos existente e o cultivo de híbridos tornou-se uma opção para piscicultores, em função de algumas características zootécnicas vantajosas para seu cultivo. Entretanto, existem algumas lacunas relacionadas a vantagens de crescimento dos híbridos principalmente relacionado ao tipo de água a ser cultivado além da preocupação ambiental frente a possíveis escapes. Outro problema visualizado são as vendas de alevinos de híbridos por nativos no qual potencializa uma série de problemas para os produtores, principalmente em função da dificuldade de identificação das espécies em fase inicial. Neste contexto, em função da intensa pressão dos híbridos na piscicultura paraense, se mostra necessário uma investigação criteriosa da morfologia geral externa e avaliação de peso e comprimento destas espécies desde a fase inicial em tipos de água de cultivo regional. Portanto, o objetivo do trabalho foi verificar tendência de desenvolvimento e crescimento de larvas e alevinos de Tambaqui (Colossoma macropomum) e Tambatinga (Colossoma macropomum x Piaractus brachypomus). |
METODOLOGIA: |
Os reprodutores de tambaqui e pirapitinga foram obtidos na Unidade Agropecuária de Santa Rosa- Santarém- PA (UAGRO/SEPAq). Foi feita a desova induzida através da técnica de hipofisação. A incubação dos ovos foi feita em incubadoras tipo Zoug 200L. A água de abastecimento foi provinda do reservatório. Durante o cultivo na fazenda UAGRO-Santa Rosa realizou-se coletas para as avaliações morfológicas e biométricas de larvas em 11, 33, 58, 81, 96h após eclosão (hpe) e alevinos com 8, 16 e 23 dias em tanque de terra (ciclo de produção na estação). O comprimento total das larvas e alevinos foi determinado com auxílio de papel milimetrado e estereomicroscópio Após a coleta das larvas e alevinos (10 amostras), estes foram fixados e armazenados em álcool 70%. As amostras foram analisadas quanto a caracteres morfológicos associados características gerais como à visão (presença do olho), alimentação (desenvolvimento e funcionalidade pela observação da passagem do alimento no trato digestivo) e habilidade natatória (presença das nadadeiras) e pigmentação (fator principal utilizado para identificar estas duas espécies). Para análise de tendência de crescimento em comprimento (alevinos) foi utilizado teste t para comparação entre as espécies. |
RESULTADOS: |
As características morfológicas observadas em larvas e alevinos destas espécies não mostraram diferença. Entretanto o fator destaque foi a pigmentação que inicia na fase larval com a pigmentação do olho (11hpe) e pigmentação corporal (58hpe) com a identificação de poucos cromatóforos (cor preta) na região do saco vitelínico, cabeça e cauda (nas duas espécies). De 58 a 96 hpe a pigmentação se torna mais intensa com o desenvolvimento (coloração de preto ao prata). Em 8 dias de cultivo em tanque de terra a coloração preto, amarelo dourado é presente ao longo do corpo dos animais (principalmente nadadeiras), exceto para a nadadeira anal que parece mostrar diferença entre as espécies (tambaqui- nadadeira anal coloração preta e tambatinga- mistura de colorações preto e amarelo). O padrão de pigmentação mostrou a tendência de alteração após 8 dias de cultivo. Em 16 dias foi observado o aparecimento de um centro de pigmentação de cor preta na região caudal próximo a linha lateral para as duas espécies. Tanto em 16 como em 23 dias verificou-se que a nadadeira anal é o principal fator morfológico de diferenciação destas espécies (tambaqui- cor preta e tambatinga- cor vermelha). O crescimento em comprimento na fase de alevino não mostrou diferença significativa entre as espécies. |
CONCLUSÃO: |
Os resultados mostram que o estabelecimento de caracteres morfológicos de diferenciação destas espécies em fases iniciais é pouco consistente. Na fase de alevinagem foi identificado que o padrão de pigmentação da nadadeira anal parece ser o fator de maior diferença entre as espécies. O tambaqui mostrou a nadadeira anal de cor preta e a tambatinga nadadeira anal de cor vermelha (característica persistente de parental macho de Piarapitinga) e esta característica apareceu após 16 dias de cultivo em tanque. Não foi observado maior desempenho do crescimento em comprimento de alevinos de tambatinga quando relacionado ao tambaqui nas condições de cultivo testadas. Sugerem-se mais estudos neste sentido a fim de comprovar a eficiência do hibrido na região Oeste do Pará. |
Instituição de Fomento: FAPESPA, CNPq |
Palavras-chave: Tambaqui (Colossoma macropomum) |