Reunião Regional da SBPC em Oriximiná
C. Ciências Biológicas - 2. Biologia Geral - 3. Biologia Geral
ANÁLISE DE ÍONS COMO INDICADORES DE POLUIÇÃO AMBIENTAL EM DOIS IGARAPÉS DO LAGO IRIPIXI, NO MUNICÍPIO DE ORIXIMINÁ-PA
Erilane dos Santos Almeida 1
Josiane de Almeida Paulino 1
Daniel Tavares de Souza 1
Andréa Pimentel Barreto 1
Marcelo Alves de Souza 1
Ricardo Bezerra de Oliveira 2
1. Instituto de Ciências Biológicas, UFPA Oriximiná/PA
2. Instituto de Ciências Biológicas, UFPA Oriximiná/PA
3. Instituto de Ciências Biológicas, UFPA Oriximiná/PA
4. Instituto de Ciências Biológicas, UFPA Oriximiná/PA
5. Instituto de Ciências Biológicas, UFPA Oriximiná/PA
6. Profº. Dr./Orientador-UFOPA, Santarém/PA
INTRODUÇÃO:
Segundo Tavares, 2006 o lago Iripixí é considerado um dos mais importantes do município. Localiza-se na sede municipal, medindo aproximadamente 6.450Km2. Atualmente o Lago sofre com o impacto ambiental gerado pela urbanização e pelo desenvolvimento de atividade agropecuarista no entorno. O Igarapé I é um igarapé afluente do Lago Iripixi, cujo percurso no lado norte margeia um bairro da cidade e, portanto recebe o lançamento de esgoto doméstico sem tratamento, somado ao desenvolvimento de atividade agropecuarista que juntos podem comprometer a qualidade deste igarapé. Enquanto que o Igarapé II é uma área que não sofre influência antrópica direta, apresenta mata ciliar intacta sem poluição aparente, mas que pode esta recebendo carga de nutrientes de outras propriedades nas proximidades do mesmo. Sendo assim, o objetivo desse trabalho é avaliar comparativamente a presença de íons: (Al, Fe, P e Mg) em uma área impactada (Igarapé I) com uma área não impactada (Igarapé II) ambos pertencentes a bacia hidrográfica do Iripixí.
METODOLOGIA:
Para as análises de elementos químicos foram selecionados 6 pontos de coleta, sendo 3 pontos de coleta no Igarapé I e 3 pontos de coleta no Igarapé II. Para as coletas foram utilizados frascos de água mineral de 300 mL lacrados. No momento da coleta a água mineral desses foi desprezada, e os frascos lavados três vezes com a água coletada. Depois cada frasco foi cheio com uma amostra. Após a coleta as amostras foram conservadas sob refrigeração até o momento da análise. As amostras foram analisadas utilizando-se fotômetro multiparâmetro HANNA HI83200.
RESULTADOS:
De acordo com os valores encontrados para Al, verifica-se que os mesmos estão em conformidade com o estabelecido pela resolução 357/05 CONAMA para águas de classe 2 em todos os pontos de coleta, diferente dos valores encontrados para Fe que apresentou resultados significativos em alguns pontos de coleta com valores oscilando de 0,62 em P1 a 0,21 em P4. Embora apresente valores elevados em relação a resolução vigente, o Fe, está com níveis considerados normais para a região.
A amplitude de variação das concentrações do íon magnésio foi de 0,14 em P1 a 0,24 em P2. O Mg tem um papel importante para a fotossíntese e tem a lavagem da floresta como sua principal fonte na Amazônia.
Os resultados encontrados para P no Igarapé II apresentam valores acima do estabelecido pelo CONAMA que define limite máximo de 0,030 mg/L de fósforo em ambientes lênticos. Esses valores elevados para P podem ser explicado devido a substituição das matas e florestas pela presença de atividade agropecuarista nas proximidades, ocorrendo uma redução da capacidade de infiltração do solo, e conseqüentemente um aumento do escoamento superficial, que tende a causar erosão, carreando os nutrientes adicionados em excesso nas culturas para os corpos d’água mais próximos.
CONCLUSÃO:
Apenas os resultados obtidos para Fe e P, estão em desacordo com o estabelecido pela Resolução Nº 357/2005 do CONAMA para águas de classe 2. O aumento populacional desordenado, o despejo de esgoto doméstico sem tratamento, a atividade agropecuarista desenvolvida no entorno e a destruição da mata ciliar contribui para a lixiviação de Fe para o Igarapé I, no entanto, este evento é considerado normal devido a composição geoquímica da região. Em relação ao P, as concentrações elevadas em P4 e P5 podem ser decorrentes das atividades agropecuaristas praticada de forma mais intensificada na margem esquerda do Lago, que colaboram para maior carga deste nutriente diretamente carreado para afluentes mais próximos, caso do Igarapé II sem prejuízos aparente para esse ecossistema.
Desta forma são necessários estudos periódicos que envolvam o máximo de variáveis possíveis, com o objetivo de se conhecer a composição química das águas destes igarapés.
Instituição de Fomento: Prefeitura Municipal de Oriximiná
Palavras-chave: Água