Reunião Regional da SBPC em Boa Vista |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 4. Jornalismo e Editoração |
FESTA DOS FILHOS DE MAKUNAIMÎ: PRESENÇA E COBERTURA DA MÍDIA NA FESTA DA HOMOLOGAÇÃO DA TERRA INDÍGENA RAPOSA SERRA DO SOL |
Antonia Costa da Silva UFRR Sandra Maria de Morais Gomes UFRR |
1. Profa. MSc. Antonia Costa da Silva-Curso de Comunicação Social-UFRR 2. Profa. MSC. SAndra Maria de Morais Gomes - Curso de Comunicação Social-UFRR |
INTRODUÇÃO: |
Com o objetivo de analisar a cobertura jornalística feita durante a festa de comemoração da homologação da Raposa Serra do Sol, em Roraima, este trabalho trata de alguns aspectos de interesse jornalístico, a partir da presença de vários meios de comunicação no evento. Sendo Roraima um Estado jovem, com recém-completos 22 anos de emancipação, destaca-se a importância de analisar este momento desta unidade da federação, quando estão se definindo questões fundamentais, como a fundiária, onde se define os espaços reservados aos povos tradicionais, e as faixas reservadas para os migrantes, que chegaram na época da colonização. Intitulada festa dos “Netos de Makunaimî” , a celebração levou um grande número de pessoas, autoridades e repórteres à comunidade indígena Maturuca, a 350 km de Boa Vista, capital, um ano após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em favor da homologação contínua dessas terras. Através de pesquisa qualitativa, realizada com os repórteres presentes, identificou-se a incidência, ou ausência, de pauta; para quantos veículos cada repórter fez a cobertura; qual a opinião dos profissionais acerca das exigências de utilização das imagens feitas na cobertura, entre outros temas. |
METODOLOGIA: |
A festa durou cinco dias, tendo como ponto principal do evento o dia 19 de abril, dia do índio. Além da pesquisa bibliográfica, referentes aos jornais e autores da área, foram aplicados onze (11) questionários nesta data, durante a cerimônia oficial, com a presença do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. A distribuição dos questionários foi feita de forma aleatória para os jornalistas integrantes da cobertura. Com doze perguntas, as questões foram de múltipla escolha, sendo oito (8) fechadas e quatro (4) com espaço para comentários. Os questionários não foram identificados. Como as questões de mediação e de contato entre os profissionais da imprensa oferecem um nível de complexidade maior, sobre o qual um questionário dificilmente poderia dar respostas mais profundas, optou-se por extrair deste instrumento metodológico apenas algumas inscrições que ajudassem a traduzir, pelo trabalho técnico, o lugar do jornalismo nesse tecido social. |
RESULTADOS: |
De acordo com as respostas obtidas, preferiu-se abordar neste artigo as questões pertinentes à cobertura do evento. Assim, os questionários identificaram que a televisão foi o veículo mais presente, com seis (6) repórteres, seguido de rádio e impresso, com três (3) jornalistas cada um, sendo que revista e internet tiveram apenas dois (2) jornalistas de cada veículo, respectivamente. Apenas um questionário registra a cobertura para duas mídias: rádio e impresso. A maioria dos jornalistas responde não conhecer a comunidade Maturuca, local onde foi realizada a festa. Apenas quatro (4) já conheciam o local, contra sete (7) que disseram não conhecer. Isso cria uma expectativa acerca do ambiente e das condições disponíveis para trabalhar, tais como infra-estrutura para produção e envio de dados, por exemplo. Avalia-se que as respostas, que registram uma contradição, traduzem esse momento. De acordo com o CIR, a decisão de restrição de uso das imagens partiu das lideranças de algumas comunidades ligadas à região onde foi realizada a festa, a região das serras. A coordenação do evento foi dividida entre diferentes grupos, responsáveis por cada etapa da festa, como por exemplo, a comunicação. |
CONCLUSÃO: |
A festa foi registrada pela imprensa presente, e destaca-se a realidade da imprensa roraimense que nem sempre reporta os povos indígenas como protagonistas de sua história. Há relatos de preconceito e controle por parte de grupos políticos que detém os maiores meios de Comunicação. Com a homologação das terras indígenas abre-se nova possibilidade de diálogo, num longo e difícil processo. O avanço será alcançado com uma mudança de comportamento entre os dois discursos,com respeito aos limites. |
Palavras-chave: cobertura jornalística, homologação, indígenas. |