Reunião Regional da SBPC em Boa Vista
H. Artes, Letras e Lingüística - 1. Artes - 6. Fundamentos e Crítica das Artes
KAXINAWÁ: ARTE, MITO E ALUCINAÇÃO AMAZÔNICA
Anderson dos Santos Paiva 1
Milena Leite Paiva 2
1. Professor Mestre do Curso de Artes Visuais - UFRR
2. UNINTER
INTRODUÇÃO:
A arte gráfica Kaxinawá (sociedade indígena pertencente à família lingüística Pano, habitante do noroeste amazônico, no Alto Rio Purus e nas cabeceiras do Juruá, no estado do Acre), destaca-se fortemente por sua origem supranatural construída a partir da relação de “afinidade” estabelecida com a sucuri-xamã Yubé, entidade que transmite o conhecimento da transformação xamânica aos homens (dami) e os desenhos às mulheres (kene).
METODOLOGIA:
A partir dessa perspectiva mítica constituinte do seu sistema de crenças, destacamos as distinções de gênero desta sociedade como o viés compreensivo preferencial de suas produções levando em consideração o papel do uso de estimulantes e alucinógenos (nixi pae) na sua produção gráfica de caráter ornamental.
RESULTADOS:
A representação dos desenhos kaxinawá é vista nesta análise iconográfica como uma linguagem dinâmica suscetível à transformações permeadas pelo binômio simetria/assimetria e pela capacidade compositiva mediada pelos agenciamentos das entidades portadoras de uma ciência ancestral com os desenhistas em suas “mirações” e “mareações” narcotizantes.
CONCLUSÃO:
Concluímos, dessa forma, que o corpus gráfico desta sociedade indígena ocupa posição central na relação identidade-alteridade estabelecida tanto com as entidades do seu sistema de crenças, quanto com a sociedade nacional e às demais sociedades indígenas da região amazônica.
Palavras-chave: arte, grafismo, indígena.