Reunião Regional da SBPC em Boa Vista

E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE ENRAIZAMENTO DE BROTAÇÕES DE MANDIOCA, EM ÁGUA DA CHUVA E DE POÇO ARTESIANO

Katherine Rodrigues de Arruda 1 Guilherme Silva Rodrigues 1 José Maria Arcanjo Alves 2 Sandra Cátia Pereira Uchôa 2 José de Anchieta Alves de Albuquerque 2

1. Mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Agronomia – CCA/UFRR 2. Professores Doutores, CCA/UFRR

INTRODUÇÃO:

A mandioca ( Manihot esculenta Crantz) é uma euforbiácea cuja propagação é tipicamente agâmica, multiplicação por meio de segmentos da haste, ramas ou manivas, estas por sua vez com comprimento médio entre 15 e 20 centímetros e de plantas sadias e com idade entre oito e dezoito meses, pois acredita-se que é nesse período que as plantas possuem altas reservas nutritivas e fornecem material de plantio de boa qualidade. Por ter uma propagação no campo muito lenta, sendo produzidas a cada ano, sob condições ideais de cultivo, estacas para o plantio de uma área oito vezes maior que a de origem, o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), desenvolveu uma técnica de propagação rápida que visa minimizar os problemas da propagação da mandioca disponibilizando maior quantidade, cerca de 100 vezes mais que a técnica tradicional, de mudas de mandioca vigorosas e sadias em um curto espaço de tempo. Este método consiste basicamente na indução do crescimento dos brotos e posterior corte e enraizamento em água. Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a capacidade de enraizamento de brotações de duas variedades de mandioca em água de poço artesiano e água da chuva, submetidas a três doses de hipoclorito de sódio.

METODOLOGIA:

O experimento foi conduzido na área experimental do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Roraima (CCA/UFRR). Adotou-se o delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial (2 x 2 x 3) x 2, constituído por duas cultivares de mandioca (Aciolina e Pão), duas fontes de águas (chuva e poço artesiano) e três doses de hipoclorito de sódio (0,0 mL, 0,5 mL e 1 mL de hipoclorito de sódio por litro de água), com 2 repetições e 21 brotações por parcela, provenientes da primeira etapa da técnica de propagação rápida de mandioca. O corte das brotações foi realizado em plântulas que possuíam altura igual ou superior a doze centímetros. As brotações foram dispostas em tijolos aparentes de 21 furos, estes dispostos em bandejas plásticas, que receberam uma solução de água e hipoclorito. Aos dez dias após o corte foi realizada uma avaliação das brotações quanto ao número de folhas verdes e porcentagem de brotações com calos e/ou primórdios radiculares.

RESULTADOS:

Observou-se que os tratamentos dados a água não diferiram dentro das cultivares, porém, entre as cultivares observou-se que a cultivar Aciolina mostrou-se superior a cultivar Pão em todos os tratamentos da água adotados, com maior percentual de brotações com enraizamento. Nos três tratamentos aplicados a água da chuva, a cultivar Aciolina apresentou 100% de enraizamento. Com um desenvolvimento radicular mais tardio, a cultivar Pão apresentou maiores porcentagens de calos radiculares que a cultivar Aciolina, chegando a até 98% quando utilizada a água da chuva. Quando comparamos os dois tipos de água utilizada para o enraizamento, nota-se diferença significativa apenas no enraizamento das brotações da cultivar Pão quando utilizada água do poço não tratada e água do poço tratada com 0,5 mL L-1 de hipoclorito de sódio.

CONCLUSÃO:

A cultivar Aciolina apresentou a maior capacidade em emitir primórdios radiculares em relação a cultivar Pão, em todos os tratamentos; A cultivar Pão apresentou maiores porcentagens de calos radiculares que a cultivar Aciolina. Porém, quando se observa apenas a cultivar Pão não nota-se diferença significativa em sua capacidade de emitir calos nas diferentes doses de hipoclorito, tanto na água da chuva como na do poço.

Palavras-chave: Manihot esculenta , propagação rápida, mini-estaca .